Bolsonaro rebate denúncia da PGR, chama de 'acusações vagas' e afirma que 'o mundo está atento'
Ex-presidente cita 'perseguições, censuras e prisões arbitrárias' para se defender das acusações

Após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou nas redes sociais nesta quarta-feira (19). Ele e outras 33 pessoas são acusadas de formar uma organização criminosa para a trama golpista, arquitetada em 2022 para tentar impedir a posse do presidente Lula.
Em publicação no X, Bolsonaro diz que a denúncia da PGR é "fabricada" e composta de "acusações vagas". Segundo o ex-mandatário da República, o "mundo está atento ao que se passa no Brasil".
"O truque de acusar líderes da oposição democrática de tramar golpes não é algo novo: todo regime autoritário, em sua ânsia pelo poder, precisa fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias", inicia o texto.
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"A cartilha é conhecida: fabricam acusações vagas, se dizem preocupados com a democracia ou com a soberania, e perseguem opositores, silenciam vozes dissidentes e concentram poder", segue o ex-presidente, citando países como Venezuela, Nicarágua, Cuba e Bolívia.
Por fim, Bolsonaro afirma que "a liberdade irá triunfar mais uma vez". Ele chegou a convocar apoiadores para uma manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, no próximo dia 16 de março.
Veja publicação
Denúncia da PGR
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa terça-feira (18), a primeira denúncia envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro Walter Braga Netto sobre a tentativa de golpe de Estado.
Na denúncia, Bolsonaro foi formalmente acusado pelos seguintes crimes:
- liderar organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- deterioração de patrimônio tombado.
Conforme a legislação, se somados, os crimes podem levar a uma pena de quase 40 anos de prisão, caso Bolsonaro seja condenado.
Veja a denúncia na íntegra
> Denúncia da PGR
Além de Bolsonaro, também foram indiciados os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI; e Braga Netto, que está preso preventivamente desde 14 de dezembro de 2024.