Bolsonaro guardou joias recebidas no mandato em fazenda de Nelson Piquet, diz jornal
Local, conhecido como "Fazenda Piquet', fica no Lago Sul, uma região nobre de Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) guardou joias recebidas durante seu mandato na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, de acordo com apuração do Estadão. Dezenas de caixas com itens como as joias de diamantes foram armazenados na propriedade.
O local, conhecido como "Fazenda Piquet', fica no Lago Sul, uma região nobre de Brasília. A primeira data do envio das garagens privativas do Palácio do Planalto e também do Palácio da Alvorada para a fazenda foi 7 de dezembro.
À época, Bolsonaro organizava sua saída do governo após derrota nas eleições presidenciais. No entanto, o carregamento atrasou e só chegou à propriedade de Piquet no dia 20 de dezembro, às 9h.
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Conforme o Estadão, os itens de maior valor foram os escolhidos para ficar na casa de Piquet. A reportagem procurou o ex-piloto para questionar as motivações por trás do "favor" a Bolsonaro, mas não obteve resposta.
Piquet é um dos grandes cabos eleitorais de Bolsonaro e participou de atos golpistas em 2022. Ele chegou a doar R$ 501 mil à campanha do ex-candidato à reeleição.
Polêmica das joias
O ex-presidente Jair Bolsonaro levou um terceiro pacote de joias dadas pelo regime da Arábia Saudita quando deixou o mandato, no fim de 2022. O jornal Estadão revelou nesta terça-feira (28) que o estojo inclui um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes.
A nova denúncia se soma às demais tentativas de Bolsonaro de ficar com joias recebidas do regime árabe. Como revelou o Estadão, em outubro de 2021, a comitiva do governo Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no Brasil com presentes dos sauditas, sem fazer a devida de declaração dos bens.
Uma caixa de presentes, já estimada em cerca de R$ 1 milhão, passou pela alfândega sem ser declarada pela comitiva liderada pelo então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.
Um segundo conjunto de joias de diamantes, porém, que já chegou a ser estimado em cerca de R$ 16,5 milhões, acabou retido na alfândega, após os auditores da Receita Federal suspeitarem dos membros da comitiva. Estas joias, segundo Albuquerque, seriam presentes para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ela negou ter conhecimento sobre os itens.