O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve comparecer à posse de Javier Milei na presidência da Argentina, segundo declaração do assessor internacional Celso Amorim.
Em entrevista à jornalista Andréia Sadi no Estúdio i, da Globo News, nesta segunda-feira (20), Amorim comentou sobre a relação entre o Brasil e a Argentina após a vitória do economista ultraliberal.
Milei assumirá o governo no próximo dia 10 de dezembro no lugar do atual chefe do Executivo, Alberto Fernandéz, com desafios sobretudo na área econômica. Um representante da União deve ser enviado à cerimônia de posse de Milei.
"Acho que o presidente Lula, pelo que eu conheço dele, que haja sido objeto de ofensas pessoais, é muito difícil ele ir. Independentemente de outros convites que o presidente eleito Milei tenha feito, eu acho que ele não deve ir", declarou Amorim.
Apesar da relação estremecida e dos impasses com o novo governante, os dois países mais importantes do Mercosul devem manter a parceria, defende Amorim. O assessor de Lula também esclareceu que a diferença ideológica não deve afetar as negociações entre Brasil e Argentina.
"É natural , digamos, quando você tem afinidade, que as coisas progridem mais (...) Mas, digamos, que a diferença ideológica não é um impedimento", afirmou.
"Do nosso lado não tem a menor dúvida, haverá pragmatismo. O pragmatismo não quer dizer que você tenha que aceitar ofensas, que você tenha que aceitar ameaças. Isso é uma outra coisa", completou o assessor.