Abin Paralela: diretor-geral indicado por Lula é intimado pela PF para prestar depoimento
Investigações da 'Abin Paralela' começaram em 2023 após informações sobre espionagem

O atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, foi intimado para depor na próxima quinta-feira (17) pela Polícia Federal. Assim como Alessandro Moretti, ex-número 2 da agência, que também foi intimado, ele deve prestar esclarecimentos sobre supostas espionagens irregulares feitas pelo órgão.
O caso, conhecido como "Abin paralela", teve o início das investigações ainda em 2023, no que teria sido o uso do software FirstMille para espionar adversários políticos, jornalistas e ministros do STF durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Ainda segundo os dados colhidos, a mesma estrutura teria sido utilizada como forma de blindar os filhos de Bolsonaro em processos judiciais. Além disso, também teria tido como objetivo atacar a credibilidade do sistema eleitoral, por exemplo.
Moretti, que antes fazia parte da Abin, chegou a ser exonerado do cargo pelo presidente Lula (PT) por conta da repercussão. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem são os principais investigados atualmente.
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Enquanto isso, conforme o colunista Fábio Serapião, do Metrópoles, Luiz Fernando Corrêa será questionado sobre suposta obstrução da investigação da Abin Paralela e sobre a operação de espionagem contra autoridades paraguaias diante das negociações sobre Itaipu.
Sobre o último caso citado, um servidor da Abin afirmou à PF que a operação de inteligência iniciou-se no governo Bolsonaro, mas continuou na Abin já no governo Lula com autorização de Luiz Fernando Corrêa.
O atual diretor da Abin aponta, entretanto, que "está à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos, seja no âmbito administrativo, civil ou criminal, sobre os fatos relatados na imprensa e que remetem a decisões tomadas em gestão anterior da Agência".