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19 de 46 deputados estaduais do Ceará mudaram de partido para as eleições de 2022; veja quais foram

A base aliada continua fortalecida. A oposição se concentrou no novo partido União Brasil

Escrito por Wagner Mendes , wagner.mendes@svm.com.br
Legenda: Bancadas foram alteradas com a janela partidária
Foto: Júnior Pio/AL-CE

Desde o início do ano, no período da pré-campanha eleitoral, 19 deputados estaduais do Ceará (do total de 46) trocaram de partido. O recém-criado União Brasil, que filiou quatro deputados mais recentemente, foi o mais beneficiado com as movimentações partidárias. O PT ficou em segundo lugar com a filiação de três novos parlamentares.

As novas adesões acabaram alterando as composições nas bancadas da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). O PT, agora com sete deputados, passou a ser a segunda maior força partidária na Casa, atrás apenas do PDT que permaneceu com 13 integrantes.

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Uma costura do ex-governador Camilo Santana (PT) estimulou a filiação do deputado Júlio César Filho, ex-Cidadania, da deputada Augusta Brito, ex-PCdoB, e do deputado Nizo Costa, ex-PSB, ao Partido dos Trabalhadores.

Camilo também já havia articulado a chegada de 12 novos prefeitos à legenda antes do período da janela partidária. Dessa forma, o ex-governador ganhou ainda mais força no partido e conseguiu intimidar movimentações de candidatura própria ao Governo do Estado encabeçados pela deputada federal Luizianne Lins e o deputado federal José Airton.

Base

Com o PT fortalecido, a base do governo se manteve como a mais influente na Assembleia Legislativa. O PDT perdeu o deputado Zezinho Albuquerque, que foi para o PP, mas ganhou o deputado estadual Bruno Pedrosa, que se desfiliou do PP.

O MDB, que atua na base aliada, aumentou em uma cadeira os espaços no parlamento, chegando a seis representantes. Dessa forma, o governo segue com as três maiores forças partidárias individuais.

Os partidos PP, PSD, PSDB, PSD, Solidariedade, PV e PCdoB também integram o grupo agora liderado pela governadora Izolda Cela (PDT).

Oposição

A fusão entre PSL e DEM concentrou a oposição à direita no novo partido União Brasil. Com Capitão Wagner na presidência da sigla, lideranças com mandato procuraram a agremiação para a filiação.

Entre elas estavam Fernanda Pessoa, Heitor Férrer, Soldado Noelio e Tony Brito. O grupo opositor também se aproximou do PL com a chegada dos deputados André Fernandes e Delegado Cavalcante.

Desde a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal, a legenda no Ceará passou a atrair lideranças políticas da direita, como o ex-vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena.

Quem mais perdeu

A reorganização da oposição nos novos partidos e a articulação do ex-governador Camilo Santana ajudaram no desaparecimento de legendas na representação legislativa.

Os partidos Pros, Cidadania e PSB não têm mais representação nas cadeiras da Assembleia Legislativa.

Soldado Noelio e Tony Brito deixaram o Pros e desembarcaram no União Brasil. Júlio César e Audic Mota se desfiliaram do Cidadania e PSB, respectivamente.

Entre as legendas que mais perderam espaço, estão o PP (2 cadeiras), o Pros (2 cadeiras) e PSDB (1 cadeira).

Quem trocou de partido para as eleições de 2022:

  1. André Fernandes Republicanos para PL
  2. Apóstolo Luiz Henrique PP para Republicanos
  3. Audic Mota PSB para MDB
  4. Augusta Brito PCdoB para PT
  5. Bruno Pedrosa PP para PDT
  6. Delegado Cavalcante PTB para PL
  7. Fernanda Pessoa PSDB para União Brasil
  8. Fernando Hugo PP para PSD
  9. Gordim Araújo Patriotas para PSDB
  10. Heitor Férrer SD para União Brasil
  11. João Jaime DEM para PP
  12. Júlio César Filho Cidadania para PT
  13. Lucílvio Girão PP para PSD
  14. Nelinho PSDB para MDB
  15. Nizo Costa PSB para PT
  16. Soldado Noélio Pros para União Brasil
  17. Tony Brito Pros para União Brasil
  18. Walter Cavalcante MDB para PV
  19. Zezinho Albuquerque PDT para PP
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