Preço global de alimentos atinge maior patamar dos últimos 10 anos, diz FAO

Na comparação anual, índice de preços subiu 31,3% em outubro

Escrito por Redação ,
Pessoas andando em supermercado com carrinhos de compras quase vazios
Legenda: Preços de commodities subiram significativamente nos últimos meses, o que gerou aumento de preços
Foto: Shutterstock

Os preços globais de alimentos subiram pelo terceiro mês consecutivo em outubro, chegando a um novo recorde nos últimos dez anos. A alta foi puxada por aumentos em cereais e óleos vegetais, segundo divulgou a agência de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) nessa quinta-feira (4).

Conforme o portal G1, o índice acompanha preços internacionais das commodities alimentares mais comercializadas mundialmente. A média no mês passado foi de 133,2 pontos, a maior para o índice desde julho de 2011. Na comparação anual, o índice subiu 31,3% em outubro.

Em setembro, a média foi de 129,2 revisados — anteriormente, chegara a 130,0. Dessa forma, o índice de preços de cereais da FAO subiu 3,2% em outubro em relação ao mês anterior.

A taxa foi liderada por salto de 5% nos preços do trigo, que subiram pelo quinto mês seguido, atingindo o maior valor desde novembro de 2012.

Razões do aumento

Os preços das commodities agrícolas tiveram alta acentuada em 2020, impulsionada por problemas na colheita e demanda maior.

"A disponibilidade mais restrita nos mercados globais devido às colheitas reduzidas nos principais exportadores, especialmente Canadá, Federação Russa e Estados Unidos da América, continuou a pressionar os preços para cima", apontou a FAO sobre o trigo.

Os futuros do cereal começaram novembro em novos picos, com os preços dos Estados Unidos em máxima desde 2012 e os futuros do primeiro mês de Paris com alta recorde, dado que a demanda de importação permaneceu viva.

Já os preços mundiais do óleo vegetal saltaram 9,6% no mês para determinar um recorde. Isso se deu devido à força ainda maior dos preços do óleo de palma, além da escassez de mão de obra na Malásia, o que, segundo a FAO, prejudica a produção.

Quedas

Os preços globais do açúcar, em contrapartida, caíram 1,8% em outubro. Com isso, uma série de seis aumentos mensais consecutivos teve fim.

A projeção de produção global da FAO de cereais em 2021 teve redução de 2,800 bilhões de toneladas — estimados um mês atrás — para 2,793 bilhões. A diminuição seguiu as perspectivas de oferta e demanda de cereais.

Inflação no Brasil

No País, a inflação tem afetado fortemente os preços dos alimentos. De acordo com o portal CNN, o IPCA-15 subiu 1,12% em outubro, o maior valor para o mês desde 1995.

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No período, o grupo de alimentos e bebidas teve alta de 1,38%, impulsionados principalmente pelos preços do tomate e da batata inglesa, com aumentos de 23,15% e 8,57%, respectivamente.

Já a carne, depois de 16 meses seguidos de aumento, teve queda tímida, de 0,31%. Apesar disso, o preço do produto segue elevado, o que levou diversos brasileiros a mudarem seus hábitos alimentares.

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Ainda segundo a CNN, dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) indicam que a procura por carnes dianteiras, consideradas de segunda, superou a demanda por partes mais nobres do boi em agosto.

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