País seguirá trajetória de expansão nesta década

Escrito por Redação ,
São Paulo O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, disse ontem acreditar que o Brasil manterá a trajetória de crescimento econômico durante toda essa década.

Segundo ele, o Estado selou um "pacto" com o crescimento de modo que o País passou a não aceitar mais, tendo em vista a conquista do eleitorado, "um voo de galinha" na expansão da economia. "O crescimento se manterá principalmente por causa do pacto político que foi construído e que vê no crescimento a possibilidade de expansão de todos, do lucro, do emprego, do salário e, como consequência, dos votos", disse, após participar do debate "Crescimento Econômico e Distribuição de Renda no Brasil", realizado hoje na capital paulista.

Pochmann explicou que o governo hoje oferece garantias à iniciativa privada para dar segurança nos investimentos. "Por meio de suas políticas, o governo diz ao empresário: ´Pode investir que eu garanto energia, mão de obra qualificada e crescimento do mercado interno´", disse, ao afirmar que nem um agravamento da crise internacional vai tirar o Brasil desta perspectiva. "Há um entrelaçamento entre o investidor e o Estado E as crises nos têm sido favoráveis, porque levou o País a tomar decisões que não tomaria se não fossem as dificuldades econômicas internacionais."

Nesse sentido, a decisão inesperada do Banco Central (BC) no fim do mês passado - que reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual - pode estar alinhada com o "pacto com o crescimento econômico". De acordo com Pochmann, o BC do governo Dilma Rousseff mostra uma mudança de postura em relação à administração Lula. "No governo Lula o Banco Central olhava a inflação do passado. Agora, olha a inflação sob a perspectiva futura", afirmou.
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