Itaú acusa ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel de violação de normas internas
Profissional teria agido em “grave conflito de interesses e em benefício próprio" na contratação de pareceres técnicos; ele nega qualquer irregularidade
O banco Itaú está acusando Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro da instituição, de violação de normas internas em “grave conflito de interesses” e “benefício próprio” na contratação de pareceres técnicos.
A acusação veio a público com a publicação, na madrugada deste sábado (7), da ata de uma assembleia-geral extraordinária da empresa. Uma ação civil foi protocolada nessa sexta-feira (6), segundo o jornal Valor.
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O banco identificou a existência de uma sociedade entre o acusado e um fornecedor, além de inúmeras transferências de recursos entre os dois que teriam ocorrido em benefício do ex-diretor do Itaú.
A investigação interna da empresa foi reportada ao Banco Central. Conforme a apuração do Itaú, Broedel teria se utilizado indevidamente do cargo de alto escalão para aprovar pagamentos ao dito fornecedor ao qual seria ligado.
Os valores somariam R$ 10,45 milhões desde 2021, segundo o InfoMoney.
O nome do fornecedor não havia sido divulgado, mas, de acordo com o Estadão, Broedel teria omitido da empresa que tinha sociedade com Eliseu Martins, especialista em contabilidade e professor da USP.
O sócio de Broedel teve serviços contratados pela instituição a partir de autorização do próprio ex-diretor financeiro do banco, conforme o veículo. Investigação interna do Itaú detectou a sociedade e, ainda, transferências entre empresas de ambos.
Broedel assumiu como diretor financeiro do Itaú desde 2021, mas era executivo do banco desde 2012. Antes do caso de irregularidades ser investigado, ele pediu demissão em julho da instituição para assumir cargo no Santander global, na Espanha.
Conforme informações do Valor, a investigação das irregularidades começou quando, durante a transição entre empresas de Broedel, um dirigente do Itaú teria descoberto informalmente que ele atuava junto a empresas e escritórios, representando em si um desvio de conduta de acordo com normas internas.
A investigação se desenrolou a partir da informação inicial e chegou, então, na suposta relação irregular com o fornecedor e nas quantias milionárias repassadas. Ao Valor, o Itaú afirmou que Broedel “violou gravemente o Código de Ética da instituição”.
Ao mesmo jornal, o ex-diretor negou as acusações, em nota, qualificando-as como “infundadas e sem sentido”. A defesa dele ainda aponta que “causa profunda estranheza” a acusação ocorrer após a saída do profissional para um banco concorrente.