Estimativa para IPCA de 2020 passa de 1,63% para 1,67% no Focus do BC

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%)

Escrito por Estadão Conteúdo ,
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Legenda: A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar
Foto: Agência brasil

Os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (17), pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,63% para 1,67%. Há um mês, estava em 1,72%.

A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%).

No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5 00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 seguiu em 1,58%. Para 2021, a estimativa do Top 5 permaneceu em 2,89%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,58% e 2,72%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,48%, ante 3,38% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,25%, igual a quatro semanas antes.

Em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, a projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos cinco dias úteis foi de 1,65% para 1,68%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 60 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 1,78%.

No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos cinco dias úteis foi de 2,99% para 3,00%. Há um mês, estava em 3,01%. A atualização no Focus foi feita por 56 instituições.

PIB
Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,62% para queda de 5,52%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,95%.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

No Focus divulgada nesta segunda-feira, 17, a projeção para a produção industrial de 2020 passou de baixa de 7,87% para queda de 7,68%. Há um mês, estava em baixa de 7,86%.

No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 5,42%, ante 4,00% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,50% para 67,25%. Há um mês, estava em 67,50%.

Para 2021, a expectativa foi de 69,83% para 69,65%, ante 69,95% de um mês atrás.

Dólar
O Relatório de Mercado Focus mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 5,20, igual a um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 5,00, igual a quatro pesquisas atrás.

Selic
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 17, que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

Já a projeção para a Selic no fim de 2021 foi de 3,00% para 2 75% ao ano, ante 3,00% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção passou de 4,90% para 4,75% ao ano, ante 5,00% de um mês antes. Para 2023, permaneceu em 6,00%, igual a quatro semanas atrás.

No início deste mês, ao cortar a Selic de 2,25% para 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que "a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".

Em função disso, conforme o BC, "eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva".

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 1,88% ao ano, ante 2,00% ao ano de um mês antes. No caso de 2021 permaneceu em 2,00% ao ano, ante 2,38% de quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2022 no Top 5 seguiu em 4,50%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, permaneceu em 5 75%, igual a quatro semanas antes.

Balança Comercial
Os economistas  mantiveram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, em superávit comercial de US$ 55,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,15 bilhões.

Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 53,35 bilhões para US$ 52,75 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,40 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 6,21 bilhões para US$ 7,75 bilhões, ante US$ 8,85 bilhões de um mês antes.

Para 2021, a projeção de rombo seguiu em US$ 15,60 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 19,50 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 foi de US$ 53,75 bilhões para US$ 51,25 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,95 bilhões.

Para 2021, a expectativa seguiu em US$ 65,96 bilhões, ante US$ 64,10 bilhões de um mês antes.

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