Coronavírus: Fraport AG reporta receita e lucro líquido negativos no 1º trimestre
Aeroporto de Fortaleza é administrado pela subsidiária Fraport Brasil. Empresa diz que vai continuar avançando nos projetos no País (Fortaleza e Porto Alegre)
Os negócios da operadora alemã Fraport AG, cuja subsidiária Fraport Brasil Fortaleza administra o Aeroporto Internacional de Fortaleza, foram impactados no primeiro trimestre deste ano pela pandemia de Covid-19.
"Pela primeira vez desde a abertura de capital do grupo em 2001, seu lucro líquido (resultado do grupo) estava em território negativo. As medidas para reduzir custos foram apenas parcialmente capazes de compensar a queda na receita resultante de uma queda acentuada no volume de passageiros em março", informou a empresa.
Segundo os resultados, o lucro líquido da Fraport AG foi de menos € 35,7 milhões, comparado a mais € 28 milhões no primeiro trimestre de 2019. Todas as empresas do grupo no portfólio internacional da Fraport - a única exceção é a de Lima, Peru - também reportaram resultados negativos em primeiro trimestre de 2020.
"A receita do grupo caiu 17,8%, para € 661,1 milhões no primeiro trimestre de 2020. Ajustando a receita relacionada às despesas de capital para medidas de expansão, a receita do grupo caiu 12,6%, para € 593,2 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do grupo, em 129,1 milhões de euros, ficou 35,6% abaixo do valor do trimestre correspondente do ano anterior", comunicou a Fraport.
De acordo com os resultados, em março, a contagem total de passageiros caiu 62% em relação a igual período de 2019, com a discrepância aumentando para 90% na última semana do trimestre.
"Essa tendência continuou em abril, quando o déficit aumentou para 97% semanalmente. Em todos os aeroportos do Grupo Fraport em todo o mundo, os volumes de tráfego também diminuíram em março de 2020, com o declínio acelerando em abril", informou a companhia.
Em março, o Aeroporto de Fortaleza registrou queda de mais de 37% no número de passageiros na comparação com março do ano passado. Segundo a Fraport Brasil, o terminal teve queda diária de cerca de 90% no tráfego.
Crise
O presidente do conselho executivo da Fraport AG, Stefan Schulte, disse que o momento é considerado pela empresa a pior crise da aviação global.
"Estamos enfrentando a pior crise da história da aviação global. Apesar de ações oportunas e abrangentes para reduzir custos, a situação está afetando gravemente nossa empresa. No momento, não é possível fazer uma previsão precisa para o ano como um todo, já que ainda não sabemos por quanto tempo as restrições de viagem permanecerão em vigor ou até que ponto a economia global deverá contrair. Uma coisa é certa, no entanto: o setor de aviação pós-pandemia não será o mesmo. Mas estamos preparando nosso aeroporto e empresa para enfrentar os desafios", afirmou Schulte.
Perspectivas
A Fraport informou ainda que continua otimista quanto às perspectivas de longo prazo do mercado de aviação e que continuará avançando com seus projetos estratégicos para expandir a capacidade.
"Entre eles, destacam-se a construção do Terminal 3 no aeroporto de Frankfurt, além de projetos de expansão na Grécia e no Brasil (Fortaleza e Porto Alegre). Devido à disponibilidade reduzida de alguns prestadores de serviços e subcontratados, no entanto, a duração de medidas individuais de construção foi estendida, afetando também partes do Terminal 3. Os trabalhos de construção em andamento no Aeroporto de Lima, no Peru, foram interrompidos pelo fechamento temporário do aeroporto. Como resultado desses desenvolvimentos, no entanto, as despesas durante o ano fiscal atual serão inferiores ao volume projetado anteriormente", acrescentou a empresa.