Com alta nos alimentos, brasileiros comem menos bife e mais salsicha e mingau

Alta nos preços do bife e do filé fez com que camada AB aumentasse o consumo da carne de sol durante a pandemia

Escrito por Redação ,
Legenda: Consumo de salsicha ganhou espaço entre a classe DE no Brasil em decorrência da alta nos preços das carnes em geral
Foto: Shutterstock

A expressiva inflação dos alimentos nos últimos meses provocou mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros. Estudo sobre consumo da consultoria Kantar mostra que a alta de preços do bife e do filé provocou uma migração para proteínas mais baratas, como salsicha e hambúrguer. O mingau também ganhou espaço no cardápio.

No caso da classe AB, a alta nos preços do bife e do filé fez com que essa camada social aumentasse o consumo da carne de sol durante a pandemia. Já a salsicha ganhou espaço na classe DE e o hambúrguer, na classe C.

Veja também

O mingau também ganhou mais protagonismo entre as classes sociais mais baixas diante do cenário de dificuldade econômica. Segundo o levantamento, foi o 8º prato em ocasiões de consumo, sobretudo no jantar (+8 pontos de penetração).

Mas não é apenas no jantar que o mingau está sendo adotado. O seu consumo também cresceu no lanche da manhã (+3,9 pontos), ceia (+2,8 pontos) e até nas marmitas, com +1,9 ponto.

Além da alta nos preços, o ritmo ainda lento de vacinação no Brasil, o recrudescimento dos casos de covid-19 e o menor valor do auxílio emergencial, conforme a Kantar, levaram o consumidor brasileiro a colocar menos produtos no carrinho de compras: 5% a menos, especificamente.

Apesar de o volume ter ficado menor, o valor da cesta de compras, em contrapartida, cresceu 8%.

Marmitas

Os brasileiros também têm optado mais pelas marmitas como alternativa para fugir dos gastos com alimentação fora do lar entre as classes mais baixas.

O preparo de lanches frios fez com que o pão industrializado tivesse 11 pontos a mais de penetração na classe DE. Isso equivale a mais 6,2 milhões de novos lares comprando a categoria entre março de 2020 e março deste ano.

Na mesma linha, o presunto também ganhou mais espaço. O item ganhou 14,8 pontos de penetração na comparação com igual período do ano passado, representando mais de 8,4 milhões de novos lares.

Delivery

Entre as classes mais altas foi fortalecido o hábito de pedir comida em casa por aplicativos. O tíquete médio gasto com o serviço chegou a dobrar entre o ano passado e este ano, passando de R$ 33,96 para R$ 57,80.

As pizzas, itens de fast food, pratos e bebidas não alcoólicas são as categorias campeãs de pedidos via delivery.

Conforme a pesquisa da Kantar, 62% dos gastos com alimentação e bebidas não alcoólicas foram em consumo dentro do lar e apenas 38% foram fora da residência.

 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados