Dia Mundial do Cuscuz: prato possui versões diferentes no Brasil, mas é destaque no Nordeste
Com origem no Norte da África, o cuscuz foi reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade ainda no ano passado
Se o Dia Mundial do Cuscuz é comemorado nesta sexta (19), para muitos nordestinos o alimento tem lugar especial na mesa diariamente. Fácil de ser adaptado para diferentes pratos, a comida teve origem no Norte da África, veio para a Península Ibérica e, só depois, chegou à América. Atualmente, possui versões diferentes em todo o Brasil, mas em alguns estados é facilmente encontrado em casas, restaurantes e outros estabelecimentos.
Coincidentemente, a data para comemorar o cuscuz é a mesma usada para o Dia de São José. Já reparou? A celebração do santo da igreja Católica, que ocorre também nesta sexta, é conhecida como um dos sinais para o início da plantação de milho, por exemplo, principal matéria-prima do prato.
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E o reconhecimento mundial, que já é antigo entre os admiradores do cuscuz, veio oficialmente ao fim de 2020. No último mês de dezembro, ele se tornou Patrimônio Imaterial da Humanidade ao ser reconhecido pelo Comitê de Patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ainda assim, nem só disso é feita a história do cuscuz.
Da África para a América
Ainda durante a reunião do comitê da Unesco, pesquisas sobre a origem real do alimento foram citadas abertamente. Algumas delas sugerem que o cuscuz começou a ser consumido há cerca de dois séculos antes de Cristo, na região do Magrebh. Na época, a localidade agregava nações que hoje conhecemos como a Tunísia, o Marrocos e a Argélia.
Dessa forma, a origem do alimento é atribuída aos berberes, que estiveram entre os muçulmanos na invasão da Península Ibérica, com a expulsão realizada apenas em 1492. Por lá, eles teriam sido os responsáveis por desenvolver o tal "cuscuz marroquino", hoje em dia definido como uma mistura da farinha ou sêmola do trigo.
Ainda assim, na mesma época, ele já despontava na Síria, também apontando a importância para o povo árabe. Enquanto se desenvolveu nesses povos, o cuscuz chegou à Europa no século XVII, quando foi percebido pelos franceses. A partir de então, foi questão de tempo para receber o protagonismo merecido em receitas distintas.
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No Nordeste do Brasil
Em solo brasileiro, não existe novidade no fato de que o cuscuz já ganhou destaque há anos e possui formas especiais de preparação. No Nordeste, região na qual é costumeiramente utilizado para integrar todas as refeições diárias, seja como principal ou complemento, é a farinha de milho flocada que ganha o destaque na formação do prato.
Hidratada e cozinhada no vapor, ele pode ganhar acompanhamentos diversos, mas também tem ingredientes preferidos como o leite de côco, a manteiga, o queijo, a carne de sol e até mesmo frango. A preparação, inclusive, é simples: basta uma cuscuzeira e alguns minutos para conseguir saborear.
No Sudeste do Brasil
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Já em regiões como o Sudeste, o cuscuz é tratado de forma diferente. Também pode, claro, ser consumido de forma mais básica, mas em grande parte ganha o formato do famoso "cuscuz-paulista". Misturada ao peixe, camarão, sardinha, azeite, ovos, galinha e bastante tempero, a farinha de milho é o ingrediente utilizado para preparar a massa do prato.
Além disso, não apenas o milho entra em cena. Em algumas receitas, que podem ser sempre adaptadas, a farinha de mandioca também entra na combinação.