Ex-BBB causa polêmica ao recomendar lavagem intestinal; entenda riscos da prática

Médico especialista afirma que o procedimento não deve ser incentivado

Escrito por Redação ,
Imagem da influenciadora Adriana Sant'Anna
Legenda: No vídeo curtido por quase 400 mil pessoas, a influencer compartilhou que ficou feliz com o resultado
Foto: Reprodução/Instagram

"Uma das 7 maravilhas do mundo", é como a influencer Adriana Sant'Anna (conhecida por ter integrado o elenco do BBB 11), define a hidrocolonterapia, a popular lavagem intestinal. Nesta semana, ela se submeteu a uma sessão da prática nos Estados Unidos, e mostrou o resultado aos seguidores no Instagram. A hidrocolonterapia, no entanto, exige conhecimento e cuidados. 

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A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (especialidade médica e cirúrgica que estuda as doenças do intestino grosso, do reto e do ânus) não reconhece o procedimento, que visa limpar, com líquido, fezes acumuladas. Geralmente é feito em pessoas que sofrem com o intestino preso.

Investigação

De acordo com o gastroenterologista Fernando Guanabara, antes de mais nada, é preciso investigar as causas da constipação. "As principais causas são: disbiose, hipotiroidismo, diabetes, uma alimentação pobre em fibras, sedentarismo, intolerância e até estresse… Então a gente tem que identificar a causa e após isso começar a tratar o problema", explica o também médico nutrólogo. 

No vídeo curtido por quase 400 mil pessoas, a influencer compartilhou que ficou feliz com o resultado: "Estava cheia de gases, com dores abdominais terríveis. Estava à base de remédios há três dias. Pensei que não iria sair nada. Vocês não fazem ideia. É uma postagem de saúde pública". 

Na postagem, alguns internautas criticaram a prática. "Que irresponsabilidade da pessoa que posta e da que faz", provocou um seguidor. "Gente, como vocês podem acreditar que exista isso?", indagou outra.

Fernando Guanabara confirma: não há comprovação científica do sucesso da hidrocolonterapia. "Pode ferir o intestino e não tem nada que comprove a eficácia ou benefícios", pontua. 

Prática é paliativa

O médico especialista indica ainda que este procedimento não resolve a constipação. "Retira ali, porém não vai tratar a causa. Então, posteriormente a pessoa vai voltar a acumular as fezes, vai voltar a ficar constipada".

Para o procedimento são usados de 2 a 30 litros de soro que podem ser misturados com outras substâncias, como a cafeína. Essa mistura pode aumentar o risco de infecção ao gerar um desequilíbrio nas bactérias (a chamada disbiose).

A quantidade de líquido também oferece malefícios no corpo humano. A pressão do líquido no intestino pode fazer o órgão romper. "Prática não deve ser incentivada", destaca Fernando. 

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