Cantor R. Kelly é condenado a 30 anos de prisão por crimes sexuais

Ele foi acusado de liderar rede de tráfico e abuso sexual. O cantor ainda deve ser novamente julgado em agosto pelos crimes de pornografia infantil e obstrução de justiça

Escrito por Redação ,
R. Kelly vestido com fardamento laranja da prisão. Está de perfil.
Legenda: R. Kelly foi condenado a 30 anos de prisão e ainda deve ser julgado por mais crimes.
Foto: Antonio Perez/AP/Shutterstock

O ator e compositor de R&B R. Kelly, 55, foi condenado a 30 anos de prisão federal nesta quarta-feira (29). Ele foi acusado pelo júri de crimes envolvendo extorsão e tráfico de mulheres. O julgamento ocorreu durante seis semanas em um tribunal do Brooklyn, em Nova York, Estados Unidos, e ouviu depoimentos de 45 testemunhas.

No processo, foram ouvidos ex-funcionários do músico que exerciam a função de atrair mulheres para situações de abuso sexual e as próprias vítimas, que, por vezes, ficavam trancadas em quartos sem acesso a comida ou banheiro. Investigação deu conta, ainda, de que muitas delas eram menores de idade.

Kelly estava preso provisoriamente desde julho de 2019. Agora, deve ser transferido para Chicago, onde deve ser novamente julgado, em agosto, por acusações de pornografia infantil e obstrução de justiça.

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Crimes

Segundo a revista Marie Claire, em um dos julgamentos, a promotora assistente dos Estados Unidos, Elizabeth Geddes, disse que Kelly planejou esquema para "alvejar, preparar e explorar meninas, meninos e mulheres".

Um grupo de vítimas teve a chance de falar no tribunal. Uma delas, olhando para o acusado, disse: "Você usou sua fama e poder para preparar e treinar meninos e meninas menores de idade para sua própria gratificação sexual. (...) Não somos mais os indivíduos perseguidos que uma vez fomos".

R. Kelly ajusta o terno ao entrar no tribunal.
Legenda: R. Kelly deve responder ainda pelos crimes de pornografia infantil e obstrução de justiça.
Foto: Reprodução/Instagram

Segundo os advogados de acusação, o intérprete de 'I Believe, I Can Fly' exigia que suas vítimas seguissem "regras" e não permitia que elas saíssem do quarto onde ficavam trancadas sem sua expressa autorização. Também as proibia de olhar para outros homens e as obrigava a chamá-lo de "papai".

Além disso, ele foi acusado de não informar que possuía uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e produzir pornografia infantil.

Conforme a Marie Claire, com informações da revista People, o advogado de várias das vítimas, Gerald Griggs, disse que seus clientes estão satisfeitos com o veredicto.

"Tem sido uma longa jornada para muitos dos acusadores e seus familiares. (...) Meus clientes lutam desde 2017 e alguns outros lutam há 20 anos. Hoje, as vozes das mulheres negras foram ouvidas em alto e bom som. Este é um processo para alcançar a justiça", comentou.

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