Atriz Cacau Protássio deve ser indenizada em R$ 80 mil por ofensas racistas, decide Justiça
A discriminação contra a artista ocorreu após as filmagens do longa Juntos e Enrolados (2022)
A atriz Cacau Protássio será indenizada em R$ 80 mil por ataques e ofensas racistas, conforme determinou, em segunda instância, a Justiça do Rio de Janeiro. O caso ocorreu enquanto a artista gravava o longa Juntos e Enrolados (2022).
Ela foi vítima de comentários racistas, homofóbicos e gordofóbicos em um quartel da corporação. A desembargadora Ana Cristina Nacif Dib Miguel, relatora do caso, afirmou que o valor considera que o Estado é responsável pelas ações dos funcionários, além da gravidade das ofensas.
No processo, o Corpo de Bombeiros relatou que os dois agentes responsáveis pelas filmagens que discriminavam a artista foram punidos. O que gravou e compartilhou as imagens foi detido por três dias, enquanto o que filmou e compartilhou um áudio com ofensas ficou preso por dez dias.
Em primeira instância, a Justiça determinou que a atriz foi indenizada em R$ 30 mil. Ela e o Governo do Estado recorreram.
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Entenda o caso
O caso aconteceu após a atriz gravar uma cena de um filme em 24 de novembro, de 2019, no Corpo de Bombeiros, em que interpretava a bombeiro sargento Diana.
Um dos bombeiros presentes na corporação gravou parte da cena e o divulgou em um aplicativo de mensagens, se referendo a atriz como "aquela negra", "aquela gorda", "aquela cambada de viado". Em resposta, Cacau disse que respeita a opinião dos bombeiros que não concordam com a cena, mas que não entente o porquê de "tanto ódio".
A cena gravada no Corpo de Bombeiros encena uma alucinação/sonho do superior de Diana, apaixonado pela personagem de Cacau.
A corporação, na época, relatou que não compactua com qualquer discriminação contra a artista ou qualquer pessoa.