A trajetória e as criações da estilista Cacilda Vilela ganham exposição na Sem Título Arte

As criações e a intensidade da estilista Cacilda Vilela compõem o acervo de fotografias que constituem a exposição "Corpo & Alma", na Galeria Sem Título Arte. Com abertura nesta quinta-feira (28), a mostra pretende resgatar a memória da artista cearense e reativar o seu legado, ainda desconhecido pelas novas gerações.

O título da exposição faz alusão ao nome do ateliê que a estilista manteve por anos na Aldeota. "É inacreditável que estudantes de moda, por exemplo, não conheçam a Cacilda Vilela", pontua Jackson Araújo que divide a curadoria com Elizabeth Guabiraba.

Cearense radicado em São Paulo, o consultor criativo explica que a estilista já discutia questões relacionadas a gênero, ocupação de espaço urbano e multiculturalidade. "O corpo pode agir contra a caretice e o retrocesso. A moda tem essa obrigação de estar conectada com a história e a Cacilda fazia isso de uma forma muito simples e verdadeira", afirma.

A mostra expõe fotos de arquivo pessoal da artista, preservado pela família. O material resgata, em imagens, roupas, performances e registros do período em que Cacilda envolvia os corpos com aniagem (tecido de linho cru, algodão ou juta para encapar fardos). Os experimentos criavam peças libertárias para pessoas de personalidade livre e contestadora, como a própria estilista.

Na abertura, haverá uma roda de conversa, mediada por Jackson, com a irmã e ex-modelo Zizi Vilela, a escritora Claudia Carvalho, a agitadora cultural Luana Maria, a cantora Cristina Franciscutti e o amigo Chico Filho.

A exposição é um desdobramento do workshop "Corpo.Paisagem" ministrado por Jackson entre quinta e sexta-feira também na galeria. No curso, ele reflete sobre como o corpo, por meio da moda, pode impactar a paisagem e,  consequentemente, o tecido social.