Chineses conhecem água de coco em pó do Ceará

Delegação participa esta semana do VI Fórum China-América Latina de Inovação e Tecnologia na Uece

Escrito por Camila Marcelo , camila.marcelo@svm.com.br
Legenda: Delegação chinesa visitou o Ceará nesta quarta-feira

A água de coco em pó desenvolvida por pesquisadores cearenses foi apresentada na manhã da última quarta-feira (11) à delegação chinesa que visita Fortaleza. O produto foi apresentado aos chineses pela empresa ACP, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), que sediou o primeiro dia do VI Fórum China-América Latina de Inovação e Tecnologia. Sete laboratórios no Campus do Itaperi também foram apresentados à delegação chinesa.

"Esse fórum acontece com uma série de visitas técnicas e, não, segundo uma padrão tradicional de estarmos reunidos em um auditório, centro de eventos ou hotel com mesa redonda, palestra e conferências", pontua o reitor da Uece Jackson Sampaio.

A ACP Indústria, Comércio e Exportação de Produtos Naturais, em parceira com a Uece, conta com produtos na área de biotecnologia disponíveis para comercialização nacional, como o creme hidratante e dois suplementos energéticos para atletas. Segundo Cristiane Mello, sócia e diretora técnica da ACP, já houve manifestação de interesse pelos produtos nos Estados Unidos, por exemplo.

"Nós estamos ainda nos acordos prévios, justamente para saber e entender as exigências do mercado, não só do Brasil, como Anvisa e Ministério da Agricultura, como de exportação. Outros países da América Latina também têm interesse, Portugal, Espanha e outros ainda. A nossa questão é regulamentar. Não adianta ter intenção sem estar fazendo toda o atendimento às exigências para entrar no país. Então, entramos em contato com Cabo Verde, que abriu espaço, mas a gente tem que se adequar às exigências de cada país, seja com relação a laudo, documentação, certificação. Estamos trabalhando pesado nisso agora", explica.

Outros produtos
No primeiro semestre de 2020, a previsão é lançar um composto lácteo de água de coco e leite de cabra, desenvolvido para alimentação infantil e de pessoas com distúrbios na função intestinal. Para Mello, inclusive, esse produto será interessante para o mercado chinês.

"A gente ainda não está atendendo a China. Já tivemos alguns contatos prévios com empresas, mas o mercado chinês demanda um volume de produção muito grande. Então, temos que iniciar uma colaboração, sabendo a necessidade do mercado, fazendo uma programação para conseguir atender a médio prazo, como seis meses a um ano", pontua. 

"Essa parceria desse momento (o evento) é para saber quais são as demandas e exigências de cada um dos mercados, para que a gente se capacite para atendê-los", completa.  

Projetos
Conforme a diretora técnica, haverá durante a visitação, apresentação de alguns dos projetos âncoras em desenvolvimento na empresa. Entre eles, a pesquisa que utiliza água de coco em pó para estender a conservação e viabilidade de órgãos para transplante. 

"Estamos nas fases finais com modelo animal, com suíno, para já começar com os órgãos de descarte humano no próximo semestre. Apesar de a gente já ter feito em alguns de humanos, como córneas, a validação vai ser com rins, fígado, coração, ovário e outros órgãos", ressalta. 

De acordo com ela, o projeto já está bem avançado. Além dele, a ACP conta com outros projetos que já fazem colaboração com Portugal, por exemplo. "De fazer nanotecnologia e biomateriais novos na área de saúde em fases distintas de desenvolvimento", acrescenta. 

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