Alunos e ex-alunos realizam campanha de arrecadação de dinheiro para ajudar pipoqueiro e sorveteiro

Gesto de empatia busca proteger os comerciantes, ambos idosos, do contágio de coronavírus

Escrito por Redação ,
Legenda: O sorveteiro, Seu Luiz, ajuda um aluno a tomar sorvete

Nesta semana, uma campanha de solidariedade surgiu entre pais, estudantes, alunos e ex-alunos do Colégio Nossa Senhora das Graças (CNSG), localizado no bairro de Fátima. A iniciativa partiu de uma das mães, preocupada em arrecadar dinheiro para o sorveteiro e o pipoqueiro do local, personagens vivos da história de muitos estudantes. “Eles fizeram parte da minha infância e hoje fazem parte da infância dos meus filhos”, afirma Rebeca Avelino, ex-aluna e organizadora da ação.

Inicialmente, buscavam arrecadar R$ 200 para cada, porém, a campanha iniciada na última quarta-feira (18) rapidamente ganhou adesão e, nesta sexta-feira (20), cerca de R$ 6.000 já haviam sido doados por alunos e ex-alunos no Brasil e até em outras partes do mundo, como o Canadá. “Eu pensava até que ia ser coisa pouca e de repente foi crescendo, crescendo e tivemos contribuições de outros estados e até do exterior. Então, para entender a importância que realmente eles têm na nossa vida”, pontua Rebeca. 

A relação com Seu Expedito, pipoqueiro, e o Seu Luiz, sorveteiro, está entrelaçada com as vivências de muitos estudantes que passaram pelo CNSG. “A vida toda eles ajudaram a gente. Davam um sorvete fiado, pipoca e hoje em dia eu vejo que eles têm o mesmo carinho e a mesma relação com os meus filhos e isso se repete em várias pessoas do colégio”, acrescenta ainda a organizadora da campanha. 

Seu Expedito, ao receber a doação, não conteve a emoção. “Um beijo para todo que foi legal para mim. Eu não posso, mas Deus pode pagar para vocês o dobro. Deus abençoe vocês”, disse em agradecimento. 

Corrente de carinho

Para ex-aluna e professora universitária, Roseanne Pimentel, esse momento pede união e apoio para os menos favorecidos. Apesar de compreender que as doações não resolverão o problema, acredita que ao menos por um tempo elas poderão ajudar. “Eu queria poder ajudar a todos, mas dentro dessa limitação a solução é uma corrente de solidariedade e de apoio”.

Nessa campanha, o que mais impressionou a organizadora foi a “corrente de amor” que se formou para ajudar os idosos. Conversando com colegas, as mensagens sempre tratavam sobre o quanto os ex-alunos gostavam deles e, foi justamente o carinho que estimulou a doação. “É o amor que está se espalhando para as pessoas, até para lembrarem que sempre vão precisar de outro ser humano para seguir em frente”, finaliza Rebeca.
 

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