Egídio Serpa: e a seca acabou a tilápia

De acordo com a Adece, o Governo está realizando estudos de viabilidade para fechar o contrato do projeto

Escrito por Redação ,
Legenda: A Usina de Açúcar Manoel Costa Filho, em Barbalha, que estava paralisada desde 2004, foi adquirida pelo Estado ainda em 2013. A decisão foi tomada pelo então governador Cid Gomes
Foto: FOTO: ELIZANGELA SANTOS

Por absoluta falta de água nos açudes, acabou a produção cearense de tilápia - o peixe mais consumido pela população do Interior nordestino. A pouca produção que ainda se colhe nas águas do Castanhão é quase nada. A tilápia comercializada hoje na feira do Carlito Pamplona, aqui em Fortaleza, é toda importada do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. O empresário Bessa Júnior, que pelo motivo acima citado abandonou temporariamente a tilapicultura, sentencia: "Criar tilápia no Ceará só quando voltarem as chuvas e quando os açudes forem recarregados". Ele lembra, com saudade, do tempo em que, há não mais do que cinco anos, vendia tilápia a R$ 8,50 por quilo. Hoje esse preço caiu para R$ 5,50 por causa da maciça presença do produto sulista no mercado cearense. Entre o criador e o consumidor final, estão os atravessadores, que vão elevando o preço do filé da tilápia que chega, em casas do ramo, a R$ 30 por quilo.

Chegou o Panga

Por falar em peixe, a Secretaria de Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), liderada pelo sereiado Euvaldo Bringel, promoverá ainda neste mês um seminário técnico que debaterá sobre a criação do panga, um peixe asiático - originário do Vietnã - que se adaptou bem ao clima do Centro Oeste e do Nordeste brasileiros. Também chamado de peixe gato, o Panga é semelhante ao bagre e produz duas vezes mais filé do que a tilápia, sendo criado intensivamente em tanques. O secretário Bringel acredita que, com o panga, o nordestino terá nova e barata opção alimentar, rica em proteína.

Fenacam

Na próxima semana - de 13 a 16 deste mês, em Natal - será realizada mais uma edição da Feira Nacional do Camarão (Fenacam). Promovida pela Associação Brasileira dos Produtores de Camarão, presidida pelo cearense Cristiano Maia, a Fenacam deste ano terá palestras de técnicos nacionais e estrangeiros. Todos os estandes da feira - que terá como palco o novo Centro de Convenções de Natal - foram ocupados. Entre os expositores, há 15 empresas internacionais. A propósito: a Índia é hoje o maior produtor mundial de camarão - são 700 mil toneladas por ano. Sem dar muita atenção à fitossanidade de sua produção, os indianos exportam a preço baixo para os estados e Europa.

Estilo vegano

Cresce o veganismo - ideologia nascida em 1994 na Inglaterra que rejeita qualquer tipo de exploração de animais. Por causa dela, a ciência e a tecnologia uniram-se para criar - e já criaram por meio de células-tronco - filé sintético de boi, de frango ou de porco, sem o sacrifício de nenhum desses animais. Dentro de 20 anos, ou menos, o mundo estará comendo carne sintética produzida em larga escala. Para celebrar o veganismo, a rede cearense Mercadinhos São Luiz está a promover nesta semana, até sexta-feira, a exposição e a venda de produtos de beleza e higiene pessoal ideologicamente corretos, ou seja, que não foram testados em animais.

Falta consultor

Assinado pelo governador Camilo Santana, saiu o Decreto 32.847, de 30/10, que trata da cobrança de ICMS sobre a conta de energia elétrica do produtor rural. O decreto diz que não é produtor rural quem fabrica bebidas alcoólicas, quem compra e vende sementes, quem aluga ou arrenda bens empregados na atividade rural ou na pecuária, quem industrializa e comercializa sêmen animal destinado à inseminação artificial em animais domésticos e quem pesquisa ensina e desenvolve atividades voltadas à agropecuária. Os assessores jurídicos das entidades empresariais ligadas à agropecuária já se debruçam sobre o decreto, buscando soluções para quem foi atingido pelas suas restrições.

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