Quantidade de morte de crianças por Covid-19 não pede 'decisões emergenciais', diz Marcelo Queiroga

Vacinação foi autorizada pela Anvisa, mas Governo Federal não sinalizou quando deve ser iniciada

Escrito por Diário do Nordeste e Estadão Conteúdo ,
Marcelo Queiroga de máscara fala em microfone
Legenda: Declaração foi feita pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em meio à pressão sobre o Governo para o início da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (23) que as mortes pela doença nessa faixa etária estão em um nível que não demanda "decisões emergenciais".

A vacinação dessa faixa etária já foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e respaldada pela comunidade científica.

"Os óbitos em crianças (por Covid-19) estão absolutamente dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais. Ou seja, favorece o Ministério da Saúde, que tem que tomar suas decisões em evidências científicas de qualidade", declarou Queiroga a jornalista em frente à pasta.

No entanto, a Anvisa e outros especialistas, após estudos de segurança e eficácia, já asseguram a existência de evidências científicas para vacinar crianças de 5 a 11 anos com as doses pediátricas da Pfizer. A Fiocruz, inclusive, defende que a medida é fundamental para a imunidade coletiva contra a doença.

Conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (MS), ao menos 1.148 crianças de zero a 9 anos já morreram de Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. O número corresponde a 0,18% dos óbitos pelo coronavírus, mas já supera o total de mortes infantis por doenças com vacinas existentes.

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Consulta pública sobre a vacina

O Ministério da Saúde abriu uma consulta popular sobre o início da aplicação de vacinas nessa faixa etária, frente à resistência do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos imunizantes.

"Felizmente o número de óbitos nessa faixa etária é baixa. Isso quer dizer que não devemos nos preocupar? Claro que não. Mas mesmo que as vacinas começassem a ser aplicadas amanhã, isso não teria o condão de resolver o problema de forma retrospectiva", acrescentou Queiroga nesta quinta.

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