Anvisa recebeu mais de 150 e-mails com ameaças após aprovar Pfizer em crianças; leia mensagens

Segundo o jornal O Globo, a violência aumentou após falas do presidente Jair Bolsonaro

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(Atualizado às 16:42)
Fachada da Anvisa
Legenda: Anvisa foi ameaça antes e depois da aprovação de vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Diretores e servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) receberam mais de 150 e-mails com ameaças após aprovação da vacina Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, além de ligações e intimidações nas redes sociais, conforme dados obtidos pelo jornal O Globo

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O caso é investigado pela Polícia Federal do Distrito Federal. Segundo a reportagem, as ameaças aumentaram após o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Marcelo Queiroga pressionarem pela divulgação dos endereços de e-mail e dos telefones da equipe. 
 

Teor dos e-mails 

 

As mensagens contra o órgão possuem xingamentos e ofensas a funcionários. Material obtido pelo jornal mostra a seguintes ameaça: "considere este aviso como último". Além disso, ofensas como "seu assassino desgraçado”, "passe mal" e "safado, assassino".
 

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Os textos reproduzem fake news sobre a eficácia e falsos efeitos colaterais da vacinação no público infantil. As mensagens foram enviadas dois dias após o órgão aprovar a vacina pediátrica, em 18 de dezembro. 
 
Veja e-mails obtidos pelo O GLOBO:

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Autor da primeira ameaça foi identificado 


A PF abriu o segundo inquérito para investigar as ameaças. O primeiro é referente a intimidações ocorridas em outubro, quando a imunização deste público ainda não havia sido aprovada.
 
Na época, o empresário Douglas de Toledo Bozza enviou um e-mail para ameaçar de morte os diretores e falar que tiraria os filhos da escola para colocá-los em ensino domiciliar — não aprovado no Brasil — caso a Anvisa liberasse vacina para crianças.
 
Douglas foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo crime de ameaça, com base no artigo 147 do Código Penal. O caso tramita na Justiça Federal de Brasília. Não houve indiciamento por se tratar de crime de menor potencial ofensivo.
 
 

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