Policial militar de folga é preso após matar feirante no Rio; suspeito confundiu vítima

Fernando Ribeiro Baraúna deve responder por homicídio qualificado após assassinar Pedro Henrique Morato Dantas

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 21:24)
Montagem de fotos mostra Henrique à esquerda e Fernando à direita para matéria sobre policial que mata feirante no Rio
Legenda: Pedro Henrique (à esquerda) foi assassinado a tiros por Fernando Ribeiro (à direita)
Foto: Reprodução

Pedro Henrique Morato Dantas, 20, foi assassinado a tiros nesse domingo (6), no bairro da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. O feirante foi morto por um sargento da Polícia Militar identificado como Fernando Ribeiro Baraúna, 39, que estava de folga e foi preso em flagrante. Ele deve responder por homicídio qualificado.

Segundo a Folha de S. Paulo, o caso aconteceu após o policial e a esposa saírem de uma boate localizada nas proximidades da praça Panamericana.

Em depoimento prestado na delegacia, o PM afirmou que foi agredido durante uma confusão na boate e que Henrique estaria envolvido. Na saída do local, a mulher teria "reconhecido" Henrique.

Fernando teria, inicialmente, atirado para o alto, e, depois, contra o jovem. Ele alegou que agiu em legítima defesa porque Henrique teria tentado esfaqueá-lo.

A versão, contudo, é contestada por testemunhas, que dizem que o rapaz havia saído cedo de casa para trabalhar na barraca de pastéis do pai e que não esteve na boate mencionada pelo PM.

O pai de Henrique, Jailton Dantas, pede justiça e pontua que a hora que o filho acordou para trabalhar pode ser checada no celular dele. "Acordar às três da manhã para um infeliz vir e tirar a vida dele? Se ele soubesse, nem teria levantado. Agora, querem dizer que ele estava em boate? O celular dele mostra a hora que despertou. Eu espero que essa Justiça, na qual a gente já tem dúvida, funcione. Vamos ver, esperar", comentou o homem em entrevista à Folha.

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Corregedoria investigará o caso

A Corregedoria da Polícia Militar foi acionada e abriu um inquérito para apurar o caso.

Em nota enviada ao G1, a corporação afirmou que o óbito de Henrique foi constatado pelo Corpo de Bombeiros e ressaltou que a PM não "compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos".