PF prende um dos principais suspeitos dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips

O homem é apontado como o "principal comparsa" do mandante dos crimes

Escrito por Redação ,
Polícia Federal
Legenda: Polícia Federal prendeu o suspeito em Manaus, no Amazonas
Foto: Divulgação/Polícia Federal

Um dos principais suspeitos da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips foi preso pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (18). O homem é dito pelas autoridades como o "principal comparsa" de Colômbia, mandante dos assassinatos ocorridos em 5 de junho de 2022, nas proximidades da Terra Indígena do Vale do Javari. 

Conforme a Polícia Federal, o homem, que não teve a identidade revelada, foi capturado em Manaus, no Amazonas. O suspeito é acusado também de falsificação de documentos de identidade, e de ser chefe de uma organização criminosa transnacional armada. Em outro inquérito, ele também é investigado por pesca ilegal e contrabando.

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O mandado de prisão foi expedido pela 1ª Vara Criminal de Tabatinga, no Amazonas, em desfavor do "principal comparsa" de Rubens Villar Coelho, apontado como mandante do crime. 

O suspeito preso nesta quinta-feira é conhecido por ser o informante e aliado do mandante dos homicídios. No início da noite desta quinta-feira (18), o ministro da Justiça, Flávio Dino, revelou que o homem havia sido preso. "Foi preso pela Polícia Federal mais um envolvido na organização criminosa que perpetrou os homicídios contra Bruno Pereira e Dom Phillips", escreveu no X, antigo Twitter.

Caso Bruno e Dom

A Polícia Federal apontou que os assassinatos Bruno Pereira e Dom Phillips foram encomendados por Rubens Villar Coelho, conhecido como "Colômbia". O resultado da investigação foi compartilhada em janeiro de 2023.

Indígenas brasileiros protestam pela demarcação de terras indígenas e pelo assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do especialista em assuntos indígenas brasileiros Bruno Pereira, em São Paulo, Brasil, em 23 de junho de 2022
Legenda: Bruno e Dom desapareceram em 5 de junho, e, 11 dias depois, os corpos foram encontrados na região do Vale do Javari, Amazonas
Foto: AFP

O 'Colômbia' está preso desde dezembro do ano passado, acusado de ser mandante do crime, e responde na Justiça Federal por um processo no qual é acusado de liderar a pesca ilegal no Vale do Javari. A prisão foi decretada na época porque 'Colômbia' descumpriu as condições da liberdade provisória. 

Entenda os assassinatos

Dom Phillips, que era colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.

Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.

O indigenista denunciou que estaria sofrendo ameaças na região. A informação foi confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) — entidade mantida pelos próprios indígenas da região.

Entre as suas missões, estava a de impedir a caça e a pesca ilegal na reserva, bem como outras práticas criminosas. A Terra Indígena do Vale do Javari concentra o maior número de indígena isolados ou de recente contato do planeta e qualquer aproximação com não indígena pode desencadear um processo de extermínio desses povos, seja pela disseminação de doenças ou enfrentamento direto. 

Segundo um dos autores do crime, a motivação do assassinato de Bruno e Dom teria sido justamente a atuação deles na denúncia de acesso e exploração ilegal da reserva. A PF chegou a dizer que não haveria mandantes nem participação de organizações criminosas. A conclusão, no entanto, foi rechaçada pela Unijava, que, em nota, informou terem sido repassados dados sobre organizações criminosas que estariam atuando na região.

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