Polícia Federal confirma que restos mortais encontrados no Amazonas são de Bruno e Dom Phillips

Identificações foram possíveis, principalmente, por exame de arcada dentária. Terceiro suspeito de envolvimento no crime foi preso, também, neste sábado (18)

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Montagem mostra o indigenista Bruno Araújo, à esquerda, e o jornalista Dom Phillips, à direita.
Legenda: Bruno e Dom Phillips ajudavam a identificar e combater ameaças na Amazônia.
Foto: Reprodução/Twitter/Getty Images

A Polícia Federal confirmou neste sábado (18) que os restos mortais encontrados na última quarta-feira (15), no Vale do Javari, no Amazonas, são do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips.

A idenficação de Bruno foi feita após exame de arcada dentária no Instituto Nacional de Criminalística. Na sexta (17), os peritos já haviam confirmado que, no material encontrado, também estavam os "remanescentes" de Dom Phillips. Nesse caso, além da arcada dentária, foram examinadas impressões digitais. Informações foram compartilhadas pelo G1.

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Circunstâncias das mortes

Em nota, a Polícia Federal afirmou que as mortes dos dois foram provocadas por disparos de arma de fogo com munição "típica de caça". Dom Phillips foi atingido uma só vez na região torácica. Bruno, por sua vez, sofreu três tiros — as lesões se concentraram no tórax, no abdômen e na cabeça do indigenista.

"Os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística, nos próximos dias, serão concentrados nos exames de Genética Forense, Antropologia Forense e métodos complementares de Medicina Legal, para identificação completa dos remanescentes e compreensão da dinâmica dos eventos", concluiu a nota da PF.

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Prisões

Neste sábado (18), ainda conforme o G1, foi preso Jeferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha". O mandado de prisão dele, que é visto como o terceiro suspeito de envolvimento na morte de Bruno e Dom, foi expedido pela Justiça do Amazonas na noite desta sexta-feira (17). 

Jeferson se entregou na delegacia de Atalaia do Norte, no Amazonas, na manhã deste sábado (18), e teve seu depoimento colhido. Conforme a investigação policial, ele participou desde a emboscada até a ocultação dos corpos.

Se juntam a "Pelado" no rol de suspeitos do crime os irmãos Amarildo da Costa Oliveira e Oseney da Costa de Oliveira, que chegaram a confessar o duplo homicídio nesta semana.

Entenda o caso

Bruno e Dom foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, em um barco, quando navegavam rumo a Atalaia do Norte.

Atalaia fica no Vale do Javari, que abriga a segunda maior terra indígena do país, perto da fronteira com o Peru, e conhecida por sua periculosidade. Ali, atuam narcotraficantes, pescadores e garimpeiros ilegais.

A Polícia informou na sexta-feira (17) que suas investigações indicam que quadrilhas de criminosos que atuam na região não têm relação com o duplo homicídio, mas a União dos Povos do Vale do Javari (Univaja), cujos membros participaram ativamente das buscas, afirmaram em nota que "um grupo organizado planejou minimamente os detalhes deste crime".

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