Bruno e Dom Phillips se unem a Chico Mendes, ambientalista morto na Amazônia; relembre caso

Conheça a trajetória do líder ambientalista que se tornou herói nacional

Escrito por Redação ,
Imagem do líder ambientalista brasileiro Chico Mendes
Legenda: Chico Mendes foi reconhecido Herói da Pátria e teve o nome dele inserido no Livro dos Heróis da Pátria em 2004
Foto: Reprodução

O indigenista Bruno Pereira, 41, e o jornalista britânico Dom Phillips, 58, foram brutalmente assassinados neste mês, no Amazonas. Antes deles, outros protetores ambientais também foram mortos no Brasil, como Chico Mendes, reconhecido "Herói da Pátria" em 2004.

O líder ambientalista Francisco Alves Mendes Filho nasceu em 15 de dezembro de 1944, em Xapuri, no Acre, sendo filho de migrantes nordestinos em busca de oportunidades. No entanto, após seu trabalho de luta pelo fim da exploração dos seringalistas, foi assassinado a tiros em 22 de dezembro de 1988. 

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Popularmente conhecido como Chico Mendes, foi alfabetizado apenas com 16 anos e, na década de 1970, ganhou notoriedade por sua luta em defesa da preservação da Floresta Amazônica e pelo direito à terra dos povos extrativistas. As informações são da organização WWF Brasil.

Bloquear o avanço do desmatamento

Na década de 1970, houve um movimento de intenso desmatamento e de destruição das casas dos seringueiros. Buscando bloquear esse avanço, Chico Mendes se organizou coletivamente para confiscar motosserras e se colocar entre árvores e tratores. 

O líder foi responsável por idealizar distintos projetos e fundar organizações, como: 

  • Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasileia (junto com Wilson Pinheiro);
  • Sindicato Rural de Xapuri;
  • Projeto Seringueiros: iniciativa criada pelo Centro dos Trabalhadores da Amazônia para alfabetizar os moradores dos seringais.

Gradualmente, Chico Mendes conseguiu aumentar a proteção da Floresta Amazônica e reduzir o ritmo do desmatamento. Por isso, começou a receber ameaças de morte durante o ano de 1988. 

No dia 22 de dezembro, foi assassinado a tiros por Darcy Alves, filho de Darly Alves. O líder estava indo tomar banho no quintal de sua casa, em Zapuri. Chico Mentes tinha três filho e era casado. 

Conforme o portal WWF Brasil, uma multidão esteve presente no velório de Chico, em Xapuri. 

Reconhecimento e homenagens

Ainda em vida, Chico Mendes participou de uma conferência do Banco Internacional de Desenvolvimento, em 1987. Na data, relatou os impactos ambientais que a pavimentação da BR-364 poderia causar. 

Em 1988, foi premiado com a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society e com o Global 500 da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo o único brasileiro a receber a homenagem.

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Já em 2004, o líder ambiental foi reconhecido como Herói da Pátria e teve seu nome inserido no Livro dos Heróis da Pátria.

Após 15 anos da morte de Chico Mendes, foi declarado Patrono Nacional do Meio Ambiente, em 2003. 

Jornalista e indigenista

Bruno era servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Phillips, jornalista. Os dois haviam partido da comunidade São Rafael em uma viagem rumo a Atalaia do Norte, mas nunca chegaram ao destino. 

Colaborador do jornal The Guardian, Phillips, de 57 anos, estava escrevendo um livro sobre a preservação ambiental na Amazônia.

Pereira, especialista da Fundação Nacional do Índio (Funai), atuava como guia de Phillips nesta região perigosa e de difícil acesso do Vale do Javari, uma região estratégica para os narcotraficantes, na qual também atuam garimpeiros, pescadores e madeireiros ilegais.

Ambos foram vistos pela última vez no domingo, 5 de junho, enquanto navegavam pelo rio Itaquaí.

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