Família de Dom Phillips emite nota após confirmação de assassinato: “estamos de coração partido”

No comunicado, irmãos, sobrinhos e cunhados de Dom se solidarizam com a família de Bruno Pereira e agradecem a indígenas pelas buscas

Escrito por Redação , pais@svm.com.br
bruno pereira e dom phillips
Legenda: Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram no dia 5 de junho, durante viagem de pesquisa na Amazônia
Foto: Reprodução

A família do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecido no Amazonas desde 5 de junho, emitiu um comunicado (leia íntegra abaixo), na manhã desta quinta-feira (16), após os corpos dele e do indigenista Bruno Pereira serem encontrados.

O texto é assinado por Sian Phillips (irmã de Dom), Gareth Phillips (irmão), Paul Sherwood (parceiro de Sian), Helen Davies (cunhada), Domonique Davies (sobrinha) e Rhiannon Davies (sobrinha). 

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Estamos de coração partido com a confirmação de que Dom e Bruno foram assassinados e estendemos nossas sinceras condolências a Alessandra (Sampaio, mulher de Dom), Beatriz (Matos, mulher de Bruno) e outros familiares brasileiros dos dois.
Família de Dom Phillips
Em comunicado

Alexandre Fontes, superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, confirmou, em entrevista à imprensa na noite de ontem (15), que Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou ter assassinado Dom e Bruno.

Um segundo suspeito de envolvimento nas mortes, Oseney da Costa de Oliveira, 41, irmão de Amarildo, também foi preso e confessou ter assassinado e esquartejado a dupla, segundo informações da emissora Band News.

Os restos mortais encontrados na área de buscas por Dom e Bruno devem chegar a Brasília na noite desta quinta-feira (16), onde passarão por perícia para confirmar a identidade das vítimas, segundo informou o g1.

Veja comunicado da família na íntegra:

"Comunicado da família de Dom Phillips baseada na Inglaterra em relação ao anúncio de que os corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira foram encontrados.

Dom Phillips e Bruno Pereira desapareceram durante uma viagem de pesquisa em Javari, na região da Amazônia, em 5 de junho de 2022. No começo desta manhã, fomos informados que dois corpos foram encontrados em uma localização remota após a confissão de um dos homens que estava detido.

Estamos de coração partido com a confirmação de que Dom e Bruno foram assassinados e estendemos nossas sinceras condolências a Alessandra (Sampaio, mulher de Dom), Beatriz (Matos, mulher de Bruno) e outros familiares brasileiros dos dois.

Agradecemos a todos que fizeram parte das buscas, especialmente os grupos indígenas que trabalharam incansavelmente para encontrar evidências do ataque.

No devido momento, falaremos de nossas perspectivas sobre essas vidas corajosas e o importante trabalho desses homens extraordinários, mas neste momento, pedimos que representantes da mídia permitam à família alguma paz para lidar com privacidade com o que aconteceu com nosso amado Dom.

Agradecemos às muitas pessoas que se juntaram a nós cobrando às autoridades para intensificar as buscas, e também àqueles que nos enviaram palavras de conforto e empatia.

Sian Phillips (irmã de Dom)
Gareth Phillips (irmão)
Paul Sherwood (parceiro de Sian)
Helen Davies (cunhada)
Domonique Davies (sobrinha)
Rhiannon Davies (sobrinha)"

Entenda o caso

Bruno Pereira e Dom Phillips estão desaparecidos desde o último dia 5 de junho, quando faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, Amazônia.

A viagem costuma durar apenas 2 horas, mas eles nunca chegaram. Após horas sem contato, uma equipe da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) formada por indígenas conhecedores da região que trabalhavam com Bruno partiu em busca dos dois, mas sem sucesso.

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A Univaja e o Observatório de Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI) disseram, em nota, que os homens "receberam ameaças em campo na semana em que desapareceram".

Os grupos não forneceram mais detalhes, mas Bruno Pereira, especialista da Fundação Nacional do Índio (Funai), com profundo conhecimento da região, recebia regularmente ameaças de madeireiros e garimpeiros que tentam invadir ilegalmente as terras das comunidades indígenas.