Brasil sobe cinco posições no ranking global do IDH, mas permanece atrás de outros países latinos
O Brasil agora ocupa a 84ª colocação entre 193 nações analisadas e foi classificado na faixa de “alto desenvolvimento humano”
O Brasil subiu cinco posições no ranking global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com base em dados de 2023. O País agora ocupa a 84ª colocação entre 193 nações analisadas, sendo classificado na faixa de “alto desenvolvimento humano”.
Segundo o Pnud, o IDH brasileiro passou de 0,760 em 2022 para 0,786 em 2023. A pontuação é calculada a partir da média de três indicadores: renda, saúde e educação.
Apesar da melhora em relação ao ano anterior, o Brasil ainda aparece atrás de países latino-americanos como Peru, México e Colômbia — mas superou ao menos três nações da região, além de estar à frente de países como Irã e Bósnia.
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A Organização das Nações Unidas (ONU) não detalhou os fatores específicos que levaram à melhora da colocação brasileira, mas o avanço representa uma recuperação após a queda registrada entre 2020 e 2022, período marcado pelos impactos da pandemia de Covid-19.
INDICADORES COMPLEMENTARES
Embora o IDH do Brasil esteja classificado como “alto”, a média cai para 0,594 quando ajustada às desigualdades internas.
O Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade revela que ainda existem disparidades significativas na distribuição de renda, acesso à saúde e à educação entre a população brasileira.
Já o Índice de Desigualdade de Gênero ficou em 0,390 em 2023, colocando o Brasil na 96ª posição entre os países avaliados. O dado considera aspectos como saúde reprodutiva, autonomia e inserção econômica de mulheres e homens. Já o Índice de Pobreza Multidimensional, que identifica privações simultâneas em áreas como saúde, educação e renda, foi de 0,016, indicando uma incidência relativamente baixa de pobreza extrema no país.
IDH GLOBAL
Globalmente, o IDH chegou a 0,756 em 2023, o menor avanço desde o início da série histórica, em 1990, desconsiderando os anos de queda durante a pandemia.
De acordo com Pedro Conceição, diretor do Pnud, o indicador não retomou a trajetória de crescimento anterior a 2020, como era esperado. Essa desaceleração é percebida em todas as regiões do mundo e deve atrasar em décadas a chegada a um nível global de IDH muito alto, anteriormente previsto para 2030.
O estudo também revela que, embora o IDH global continue classificado como “alto”, a média cai para 0,590 quando ajustada para as desigualdades entre as populações.
Além disso, a distância entre os países mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos tem crescido pelo quarto ano consecutivo, revertendo uma tendência de longo prazo de redução das desigualdades.
O relatório da ONU destaca que a Islândia, Suíça e Noruega seguem no topo da lista, enquanto Sudão do Sul e Somália apresentam os piores índices.
O QUE É O IDH?
Criado em 1990 como uma alternativa ao PIB per capita, o IDH busca oferecer uma visão mais ampla sobre o bem-estar das populações. A melhora da posição brasileira, embora tímida, é um indicativo de recuperação após anos de retrocesso, mas ainda evidencia os desafios que persistem na superação das desigualdades internas.
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