Jogador de futebol e mais seis pessoas morrem em operação policial no Amapá; agentes são afastados
Além de Wendel Cristian, de 21 anos, um adolescente de 14 anos também está entre as vítimas
Uma operação da Polícia Militar do Amapá, na madrugada de domingo (4), deixou sete pessoas mortas, entre elas o jogador de futebol Wendel Cristian Conceição Wanderley, de 21 anos, que atuou nos times Ypiranga Clube, Trem e EC Macapá, que são equipes tradicionais do estado.
Por determinação do governador, Clécio Luís (Solidariedade), os nove policiais envolvidos na ação foram afastados de suas funções, o que foi confirmado pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Um inquérito foi aberto para investigar o ocorrido.
O motivo da operação, que aconteceu no bairro Pantanal, na Zona Norte de Macapá, foi baseada em uma denúncia de tráfico de drogas na região, com a suposta presença de suspeitos armados em um veículo modelo Onix Plus de cor branca. No boletim de ocorrência, consta que a polícia revidou diante de “injusta agressão.”
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Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, José Netto, o estado do Amapá está "em uma política de enfrentamento às organizações criminosas do nosso estado, e há informações concretas que, entre as pessoas que vieram a óbito, há integrantes de facção criminosa".
Ele afirma também que "todas as providências e medidas cabíveis para apuração dos fatos estão sendo tomadas", com a Sejusp informando que irá investigar com “rigor e imparcialidade” e, assim, identificar “excessos e uso desproporcional da força” por parte dos agentes.
Entre as vítimas estão o adolescente Max Dias Toloza, de 14 anos, e Erick Marlon Pimentel Ferreira, que é apontado pelas autoridades como suposto líder do tráfico na região e que teria uma “extensa ficha criminal”.
As vítimas da ação em Macapá:
- Erick Marlon Pimentel Ferreira
- Thiago Cardoso da Fonseca
- Emanuel Brayan Pimentel Ferreira
- Wesley Jhonata Monteiro Ribeiro
- Cleiton Ramon da Silva Pereira
- Wendel Cristian Conceição Wanderley
- Max Dias Toloza, de 14 anos.
Versão da polícia é contestada
Nas redes sociais, internautas questionaram a morte de Wendel, citando que “esse jovem [Wendel] é uma prova que inocentes perderam a vida de forma cruel”, e contestaram a versão policial, dizendo que o ex-jogador não possuía antecedentes criminais, destacando que ele era trabalhador e estudante de educação física.