Ministro defende regulação das redes sociais após morte de jovem vítima de fake news

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, afirmou que a regulação das redes sociais é um "imperativo civilizatório". Almeida se manifestou após a notícia da morte de Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, vítima de propagação de uma falsa conversa com o youtuber Whindersson Nunes. 

Jéssica Vitória foi vítima de fake news logo após uma série de falsas conversas serem compartilhadas nas redes sociais, relatando um suposto contato entre ela e Whindersson. Nas mensagens, os dois estariam flertando e marcando um encontro. Mas tudo não passava de uma montagem, o que, segundo Jéssica, havia sido feito para prejudicá-la. Com a repercussão do caso, incluindo a atuação de páginas famosas nas redes sociais, ela começou a sofrer ataques. A morte foi confirmada pela família na sexta-feira (22), que informou que a jovem tinha depressão.

"Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem - e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais - de que tenho notícia", começou o ministro, em publicação no X (antigo Twitter), na tarde desse sábado (23). "Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção, questões de natureza política. A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável", escreveu Silvio Almeida. 

"Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento", finalizou o ministro em sua publicação.

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O criador da página de fofocas Choquei, Raphael Sousa, trancou o perfil pessoal no Instagram após receber uma série de críticas de internautas, que acusam a página dele de ter contribuído para a morte da jovem. A página Choquei divulgou a fake news envolvendo o nome de Jéssica Vitória.

A página deletou todas as publicações sobre o caso e, neste sábado, divulgou posicionamento assinado por sua assessoria jurídica, declarando que lamenta o ocorrido e que age com "diligência e responsabilidade".

A Choquei afirmou ainda que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas pelo perfil.  "Queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício e do direito à informação", diz trecho da nota.

Por fim, declarou que o compromisso do perfil "sempre foi e será com a legalidade, responsabilidade e ética na divulgação de informações dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal".