Justiça mantém prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Banqueiro está detido desde o início desta semana.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve a prisão preventiva do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, ao rejeitar o habeas corpus da defesa nesta quinta-feira (20).
A juíza Solange Salgado identificou que a soltura ofereceria risco às investigações.
Ele foi capturado pela Polícia Federal (PF) na noite de segunda-feira (17), quando tentava embarcar num voo ao exterior no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O banqueiro é apontado como líder de um esquema fraudulento que envolvia carteiras "pobres", emitidas por empresas de fachada ou fantasmas, controladas pela instituição financeira, recentemente liquidada pelo Banco Central.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a prisão de Vorcaro já havia sido mantida após a audiência de custódia na terça-feira (18). Agora, o habeas corpus segue para análise do colegiado do TRF-1.
Defesa diz que Vorcaro não estava fugindo
Na solicitação, os representantes do suspeito argumentam que ele nunca teve a intenção de fugir do País ou de se esconder das autoridades.
Os juristas afirmam que o banqueiro não tentou dilapidar o patrimônio ou ocultar valores, e destacam que o bloqueio de bens já decretado pela Justiça evitaria o risco de que isso ocorra.
Conforme o periódico, a defesa também aponta que teria havido constrangimento ilegal ao cliente e que a decisão que determinou a prisão teria diversas fragilidades.
Os advogados ainda argumentaram que não há elementos concretos indicando que Vorcaro possa interferir nas investigações ou praticar condutas ilegais no contexto atual, considerando que está afastado de suas funções.
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De quê Vorcaro é suspeito?
Na decisão que culminou na prisão do banqueiro, o juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, detalhou que ele comandaria um sistema que envolvia carteiras "podres", emitidas por empresas de fachada ou fantasmas, controladas pelo Banco Master.
"Seu comando nestes comportamentos ilícitos é notória, já que exerce a presidência do Banco Master desde o início das anormalidades e, à época dos fatos, juntamente com Augusto Lima [seu ex-sócio, também preso] eram os responsáveis pelas decisões da instituição e pelas relações públicas do Banco, sendo os principais interlocutores com o BRB", justificou o magistrado, conforme a Folha.