Goiás e Paraná voltam a incluir livro 'O Avesso da Pele' em escolas dos estados

Previsão é que a obra retorne ao acervo da biblioteca até o fim de abril

Escrito por Redação ,
Foto do livro
Legenda: Em meio à polêmica, o autor Jeferson Tenório defendeu que nenhuma autoridade tem o poder de mandar recolher materiais pedagógicos de uma escola
Foto: Divulgação/Amazon

O livro "O Avesso da Pele" voltou a ser incluído em escolas estaduais de Goiás e do Paraná após polêmica envolvendo a obra. No começo de março, a Secretaria de Educação do Paraná apontou conteúdos impróprios na publicação, o que fez ela ser recolhida das unidades de ensino. Conforme o Uol, o governo do Paraná declarou que a devolução dos livros está em processo de "análise de orientações", mas que deve ser feita até o fim deste mês. 

Já a Secretaria da Educação de Goiás declarou que o livro voltou a "compor o acervo da biblioteca" destinado ao público do ensino médio. Além disso, afirmou que "O Avesso da Pele" passou por um processo de análise depois de "reclamações" realizadas por familiares de estudantes. 

Porém, apesar das críticas, a obra foi analisada por diversos especialistas do Ministério da Educação (MEC), assim como por professores e doutores. Somente após esse crivo, foi incluída no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi aprovado para ser destinado a estudantes do ensino médio. 

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Entenda a polêmica

As críticas iniciaram após reclamações de estudantes e famílias. Na época, o Paraná foi o primeiro a recolher "O Avesso da Pele", sendo seguido pelo estado de Goiás. Ambos os governos justificaram a retirada da obra das escolas para realizar uma "análise necessária" do livro, pois encontraram "expressões, jargões e descrições de cenas de sexo explícito". 

A Companhia das Letras classificou a medida como um “grave ataque à liberdade de expressão e ao pluralismo de ideias”, defendendo ainda o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

Já o autor Jeferson Tenório classificou a retirada como “censura” ao livro. “O mais curioso é que as palavras de 'baixo calão' e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras. Não vamos aceitar qualquer tipo de censura ou movimentos autoritários que prejudiquem estudantes de ler e refletir sobre a sociedade em que vivemos”, disse.

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