Após casos de agressões, seguranças do grupo Carrefour vão usar câmeras corporais
Casal negro foi agredido em loja da rede em Salvador
O grupo Carrefour anunciou nesta quarta-feira (17) que exigirá o uso de câmeras nos uniformes de todos os agentes de segurança que atuam nas lojas. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.
A decisão ocorre após denúncias de casos de agressões nas unidades da empresa. Em 5 de maio, um casal negro foi agredido em uma das filiais do Big Bompreço, da rede Carrefour, em Salvador (BA).
O Ministério Público apura se houve racismo no episódio, que foi filmado pelos próprios agressores. A empresa afirmou que um dos suspeitos não trabalha para a rede.
O Carrefour já havia determinado, em 2021, o uso de câmeras por fiscais contratados diretamente pela empresa e trabalham nas lojas da rede. A ação foi tomada após João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, ser espancado até a morte.
Agora, o uso de câmeras se amplia para as lojas Big, Big Bompreço e Sam's Club, incluindo seguranças terceirizados.
Segundo a rede, todos os profissionais que atuam nessas lojas vão receber treinamento focado no atendimento a clientes até o fim de maio.
Casal agredido em Salvador
As imagens da agressão, registradas pelos próprios agressores, circularam nas redes sociais. No vídeo, o casal aparece encostado em uma parede, enquanto é xingado e agredido por homens que não aparecem na gravação.
A mulher chega a ser estapeada por um deles, que ordena que ela tire a mão do rosto. Já o homem, que se identifica como Jeremias, também é golpeado algumas vezes na cabeça.
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A agressão teria sido cometida depois das vítimas terem supostamente furtado sacos de leite em pó do supermercado, o que foi confirmado, no vídeo, pela mulher, que alegou precisar alimentar a filha.
Nas imagens que viralizaram, é possível ver também que um dos agressores tem uma tatuagem na mão. Foi essa a característica que o representante do Carrefour disse que a empresa desconhece de seu quadro de funcionários.
Além disso, no mês passado, Vinícius de Paula, esposo da jogadora da seleção brasileira de vôlei Fabiana Claudino, disse que foi desprezado por uma atendente de caixa de uma unidade em São Paulo, que deu preferência a uma mulher branca.