A engenheira brasileira Enedina Alves Marques é lembrada pelo doodle do Google utilizado nesta sexta-feira (13), em homenagem ao seu 110° aniversário. Ela foi a primeira mulher negra do Brasil a se formar em engenharia.
Enedina nasceu em Curitiba, em 13 de janeiro de 1913. Para se manter durante o ensino médio, ela trabalhou como empregada doméstica e babá. Posteriormente tornou-se professora e fez cursos de pedagogia. Em 1940, ingressou no curso de engenharia civil da Universidade Federal do Paraná.
Ao longo da graduação, a jovem foi hostilizada por alguns de seus professores e colegas, vítima de preconceito. Em 1945, foi a única mulher a se formar, ao lado de 32 homens brancos. Antes dela, apenas outros dois homens negros concluíram o curso, segundo a PUCPR.
Pioneirismo na engenharia
A jovem trabalhou como professora durante toda a formação e, após graduada, tornou-se auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas.
Enedina também atuou como chefe de hidráulica e chefe da divisão de estatística e do serviço de engenharia do Paraná na Secretaria de Educação e Cultura do Estado.
A engenheira contribuiu com projetos de grande porte, como o desenvolvimento da Usina Hidrelétrica do Paraná em vários rios da região.
Em 1947, foi transferida para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica, trabalhando no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu.
Reconhecimento
A engenheira se aposentou com 49 anos, em 1962. Ela recebeu o reconhecimento do governo do Paraná por seu pioneirismo e teve aposentadoria equivalente à de um juiz.
Enedina morreu em 1981, aos 68 anos, de infarto. Ela morava sozinha e o seu corpo foi encontrado uma semana após a morte.
O nome de Enedina foi inscrito no Memorial à Mulher, ao lado de outras 53 mulheres pioneiras brasileiras. Ela também dá nome a uma rua de Curitiba. Em 2006, foi inaugurado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, em Maringá.