Após meses de investigação, a Polícia Federal (PF) identificou a pessoa responsável pelo vazamento do tema da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada em novembro do ano passado. Se condenado, o indivíduo poderá cumprir até quatro anos de reclusão.
Segundo a PF, o inquérito policial foi instaurado um dia após a realização da avaliação, na cidade de Caruaru, Interior de Pernambuco, quando as autoridades descobriram publicações mostrando o conteúdo da redação, feitas antes mesmo da divulgação do tema pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A investigação revelou que a postagem foi feita por uma pessoa contratada para aplicar o teste, na cidade de Belém, capital do Pará. A PF informou que ela tirou uma foto da prova de redação às 13h50, quando a avaliação ainda estava em andamento e enviou para uma amiga, que é professora.
Em comunicado, a corporação informou que o ato de utilizar ou disseminar, indevidamente, com o intuito de beneficiar a si ou a outro, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de processo seletivo para ingresso no ensino superior, pode resultar em multa e pena de um a quatro anos de reclusão.
RELEMBRE O CASO
Agentes da Polícia Federal foram acionados pelo Inep ainda no dia de aplicação da prova. Horas mais tarde, o órgão confirmou o vazamento do exame.
O registro compartilhado nas redes sociais mostrava o tema da redação e instruções para a realização da dissertação, além de quatro textos de apoio.
Apesar do vazamento, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a primeira fase da avaliação não seria descartada, considerando o ocorrido como uma “ocorrência pontual”.
“Foram ocorrências pontuais. Todas as ocorrências estão sendo investigadas pela PF para dar uma resposta. Balanço geral foi positivo, e todas as questões estão sendo investigadas pela PF, que apresentará para o MEC. Tivemos duas diligências em relação às imagens circuladas. A PF continua apurando e fazendo as investigações necessárias para identificar qualquer tipo de ilícito”, declarou ele, na época.