Tribunal francês critica Louvre por negligência na segurança

No mês passado, cerca de R$ 550 milhões em joias foram furtados do museu.

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(Atualizado às 11:00)
Imagem mostra um guarda de segurança privado patrulha no pátio do museu do Louvre, em Paris, no dia 3 de novembro de 2025.
Legenda: Corte avalia que gestão privilegiou a aquisição de obras e a reforma das instalações museográficas.
Foto: JULIE SEBADELHA/AFP.

O Tribunal de Contas da França criticou o Museu do Louvre, em relatório apresentado nesta quinta-feira (6), ao afirmar que o local preferiu investir na aquisição de obras e em reformas de grande visibilidade do que gastar com segurança

No mês passado, cerca de R$ 550 milhões em joias imperiais foram furtadas do museu, o mais visitado do mundo. Desde o crime, a divulgação do documento era muito aguardada.

Roubo de joias históricas

Na ocasião, quatro suspeitos estacionaram uma escada elevatória sob uma das varandas do museu. Dois deles subiram e, com uma simples serra elétrica portátil, entraram na galeria de Apolo através de uma janela.

Em menos de 10 minutos, os criminosos roubaram oito joias históricas, incluindo um conjunto de brincos de safiras da antiga rainha francesa Maria Amélia.

Crime feito por amadores 

Segundo a promotoria de Paris, o crime foi feito por pessoas comuns, amadores, sem associação com o crime organizado

Inclusive, a coroa da Imperatriz Eugênia, cravejada de pedras preciosas e considerada a joia mais preciosa, caiu durante a fuga dos suspeitos.

Os assaltantes ainda abandonaram pelo caminho ferramentas e luvas, além de outros objetos na cena do crime. O caminhão de mudanças que os auxiliou na ação foi alvo de uma tentativa fracassada de incêndio.

Até o momento, quatro pessoas, três delas suspeitas de participação direta no assalto, foram acusadas e detidas. As joias continuam desaparecidas.

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Louvre possui recursos, mas não hierarquização

No documento, a Corte avalia que, entre 2018 e 2024, a gestão do museu privilegiou a aquisição de obras e a reforma das instalações museográficas, investindo cerca de R$ 1 bilhão no período. 

Enquanto isso, a organização destinou somente R$ 531 milhões para a realização de obras de manutenção, restauração do palácio enquanto monumento histórico e adequação às normas atuais.  

O Tribunal advertiu que, apesar do equipamento possuir abundantes recursos, não possui hierarquização de seus muitos projetos, e acaba enfrentando problemas para financiar tudo que precisa. 

O que diz o Louvre?

A direção do museu declarou em resposta, publicada em conjunto com o relatório, que aceita a maioria das recomendações do Tribunal, mas considerou que a análise desconhece várias das ações realizadas pela administração no âmbito da segurança.

Pouco dias após o roubo milionário, a presidente do Louvre, Laurence des Cars, admitiu que o sistema externo de segurança por vídeo é "muito insuficiente".