Secretário de Trump afirma que Brasil precisa passar por ‘ajustes’ para evitar prejuízos aos EUA
Ele também citou países como Suíça e Índia
O secretário de Comércio do governo Donald Trump, Howard Lutnick, defendeu que o Brasil seja "consertado" porque, "toma ações que prejudicam" os Estados Unidos (EUA). A declaração foi dada durante entrevista do político, neste sábado (27), ao NewsNation.
De acordo com o secretário norte-americano, há "um monte de países para consertar, como Suíça, Brasil e Índia". A fala ocorre em um contexto de tensões bilaterais marcadas por medidas protecionistas implementadas por Trump desde o início deste ano.
No caso do Brasil, o governo norte-americano impôs tarifas adicionais a uma série de produtos brasileiros no primeiro semestre deste ano.
À época, Trump alegou práticas comerciais desvantajosas e desequilíbrios no fluxo de exportações e importações. As medidas ampliaram o atrito diplomático e econômico entre os dois países.
Temos um monte de países para consertar, como Suíça e Brasil. Eles têm um problema. Índia. Esses são países que precisam reagir corretamente aos Estados Unidos. Abrir seus mercados, parar de tomar ações que prejudiquem os Estados Unidos, e é por isso que estamos em desvantagem com eles.
"Um país pequeno como a Suíça tem um déficit comercial de US$ 40 bilhões com os EUA. Porque dizem: 'Bem, é um pequeno país rico'. Sabe por que eles são um pequeno país rico? Porque nos vendem US$ 40 bilhões a mais em produtos", acrescentou Lutnick.
Saídas para a crise
Diante das tensões econômicas e diplomáticas, autoridades brasileiras e norte-americanas continuam buscando canais de diálogo.
Em março, o vice-presidente Geraldo Alckmin participou de uma videoconferência com Lutnick para discutir alternativas que minimizem os impactos das tarifas sobre setores produtivos do Brasil e criem espaço para um novo entendimento comercial.
Outro avanço importante ocorreu na última semana, quando Trump e Lula (PT) tiveram um rápido encontro durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Os dois exaltaram a "química" do encontro e prometeram uma reunião bilateral.
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Conforme mostrou o Diário do Nordeste, a nova conversa entre os dois é planejada de forma cautelosa pelo governo brasileiro.
Interlocutores do petista estudam que o contato ocorra por meio de telefonema ou videoconferência.
Só após essa primeira conversa, haveria então um encontro presencial, com possibilidade de ocorrer em um terceiro País.