Organização denuncia assassinatos de mais de 700 civis da minoria alauíta por forças armadas na Síria
A minoria muçulmana tem fiéis seguidores do ex-ditador sírio Bashar al Assad, os quais os atuais comandantes do poder tentam "eliminar"
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) denunciou a morte de mais de 700 civis de minoria muçulmana alauíta foram mortos em três dias. Eles são um braço da religião a qual o ex-ditador sírio Bashar al Assad pertence, e permaneceram fiéis ao ex-comandante da Síria, deposto do poder em dezembro de 2024.
Desde a última quinta-feira (6), as forças de segurança da Síria têm se envolvido em combates violentos contra homens leais ao presidente deposto, que governou o país por 24 anos.
Conforme as autoridades sírias afirmaram neste sábado (8) o momento é de "restabelecer a ordem" no noroeste do país, antigo reduto de Bashar al Assad.
Os incidentes, os primeiros desta magnitude após a queda de Assad, ocorreram após um ataque sangrento de apoiadores do ex-presidente às forças de segurança na cidade costeira de Jableh na noite de quinta-feira, conforme as autoridades.
No dia seguinte, as forças de segurança iniciaram operações de busca na área de Latakia, reduto da minoria alauíta, um ramo do islamismo xiita ao qual Bashar al Assad e sua família pertencem.
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Minoria massacrada, denuncia ONG
O OSDH indicou em um novo relatório, publicado neste sábado, a morte de pelo menos 745 civis alauítas, desde quinta-feira, incluindo mulheres e crianças, na região costeira, onde se concentra a comunidade que representa 9% da população do país.
A ONG, que tem uma ampla rede de informantes no local, afirmou que esses civis foram "executados" por "motivos confessionais" por agentes de segurança e combatentes pró-governo, e que também houve "saque de casas e propriedades".
As mortes destes civis elevam o número de mortos desde quinta-feira para 1.018, incluindo 273 membros das novas forças de segurança e combatentes pró-Assad.
As Igrejas sírias denunciaram neste sábado os "massacres de civis inocentes" e pediram o "fim imediato desses atos horríveis".
A segurança tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelo novo governo sírio de base islamista, que foi instalado em dezembro passado após uma rebelião que derrubou o antigo presidente em 11 dias.
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