O movimento islamista palestino Hamas libertou os últimos 20 reféns israelenses vivos que ainda permaneciam cativos na Faixa de Gaza. Os sequestrados foram entregues à Cruz Vermelha nesta segunda-feira (13).
Segundo autoridades de Israel, os cidadãos foram separados em dois grupos. O primeiro, formado por sete pessoas, foi liberto antes das 10h locais (perto de 4h no horário de Brasília). Pouco depois, o segundo, com 13 pessoas, foi liberado.
Após receber os cativos, a Cruz Vermelha — organização humanitária internacional neutra e independente — os entregou ao Exército israelense.
Mais de 730 dias de sequestro
O retorno dos sequestrados a Israel acontece no quarto dia de cessar-fogo e dias após o conflito entre a nação e o Hamas completar dois anos.
"Esperamos 738 dias para dizer isso: bem-vindos à casa", escreveu o Ministério das Relações Exteriores de Israel na rede social X.
O grupo foi sequestrado por milicianos islamistas no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza.
Corpos de reféns mortos
Segundo o acordo de paz firmado entre Israel e o grupo islamista, além dos 20 israelenses, deveriam ser devolvidos os restos mortais de outros 28 reféns.
No entanto, Israel não acredita que todos os corpos sejam devolvidos ainda nesta segunda-feira, e espera que "um organismo internacional ajude a localizar os reféns mortos que não serão entregues", conforme declarou Shosh Berosian, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahuu.
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O que acontece agora?
Libertação de presos palestinos
Conforme o plano de cessar-fogo, que entrou em vigor na última sexta-feira (10), Israel agora deve entregar cerca de 2 mil presos palestinos em troca da libertação dos cidadãos.
Ainda nesta manhã, vários ônibus saíram da penitenciária israelense de Ofer, na Cisjordânia ocupada, como parte do acordo.
No sábado (11), a administração penitenciária israelense havia reunido os detentos palestinos que seriam libertos em duas prisões, incluindo a de Ofer.
Donald Trump e líderes se reúnem em cúpula
Nesta segunda-feira também acontece a Cúpula sobre Gaza, na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com a presença do presidente americano Donald Trump, que primeiro visita Israel, e outros líderes mundiais.
O evento deve contar com a presença de líderes de quase 20 países e do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres.
Os países mediadores do acordo de cessar-fogo em Gaza deverão assinar um documento para garantir sua execução, indicou uma fonte diplomática à agência AFP, segundo a qual o acordo seria firmado por "Estados Unidos, Egito, Catar e provavelmente Turquia".
Netanyahu deve comparecer à reunião. Já o Hamas não enviará representantes, pois disse atuar por meio de seus mediadores, Catar e Egito.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, estará em Sharm el-Sheikh, informou o presidente da França, Emmanuel Macron.