Hamas liberta todos os reféns israelenses

Com a liberação dos cativos, o plano de paz segue às próximas etapas

Escrito por
Imagem mostra Ziv Berman, um dos reféns israelenses libertados que anteriormente estavam cativos em Gaza desde os ataques de 7 de outubro de 2023 por militantes palestinos, gesticula da janela de um helicóptero militar israelense CH-53 Sea Stallion no Centro Médico Sheba Tel-HaShomer em Ramat Gan em 13 de outubro de 2025.
Legenda: Vítimas permaneceram mais de 730 dias sequestradas pelo grupo islamista.
Foto: AHMAD GHARABLI/AFP.

O movimento islamista palestino Hamas libertou os últimos 20 reféns israelenses vivos que ainda permaneciam cativos na Faixa de Gaza. Os sequestrados foram entregues à Cruz Vermelha nesta segunda-feira (13). 

Segundo autoridades de Israel, os cidadãos foram separados em dois grupos. O primeiro, formado por sete pessoas, foi liberto antes das 10h locais (perto de 4h no horário de Brasília). Pouco depois, o segundo, com 13 pessoas, foi liberado. 

Após receber os cativos, a Cruz Vermelha — organização humanitária internacional neutra e independente — os entregou ao Exército israelense.  

Mais de 730 dias de sequestro

O retorno dos sequestrados a Israel acontece no quarto dia de cessar-fogo e dias após o conflito entre a nação e o Hamas completar dois anos.

"Esperamos 738 dias para dizer isso: bem-vindos à casa", escreveu o Ministério das Relações Exteriores de Israel na rede social X.

O grupo foi sequestrado por milicianos islamistas no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza.

Corpos de reféns mortos

Segundo o acordo de paz firmado entre Israel e o grupo islamista, além dos 20 israelenses, deveriam ser devolvidos os restos mortais de outros 28 reféns

No entanto, Israel não acredita que todos os corpos sejam devolvidos ainda nesta segunda-feira, e espera que "um organismo internacional ajude a localizar os reféns mortos que não serão entregues", conforme declarou Shosh Berosian, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahuu. 

Veja também

O que acontece agora?

Libertação de presos palestinos

Conforme o plano de cessar-fogo, que entrou em vigor na última sexta-feira (10), Israel agora deve entregar cerca de 2 mil presos palestinos em troca da libertação dos cidadãos. 

Ainda nesta manhã, vários ônibus saíram da penitenciária israelense de Ofer, na Cisjordânia ocupada, como parte do acordo. 

No sábado (11), a administração penitenciária israelense havia reunido os detentos palestinos que seriam libertos em duas prisões, incluindo a de Ofer.

Donald Trump e líderes se reúnem em cúpula

Nesta segunda-feira também acontece a Cúpula sobre Gaza, na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com a presença do presidente americano Donald Trump, que primeiro visita Israel, e outros líderes mundiais.

O evento deve contar com a presença de líderes de quase 20 países e do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres.

Os países mediadores do acordo de cessar-fogo em Gaza deverão assinar um documento para garantir sua execução, indicou uma fonte diplomática à agência AFP, segundo a qual o acordo seria firmado por "Estados Unidos, Egito, Catar e provavelmente Turquia".

Netanyahu deve comparecer à reunião. Já o Hamas não enviará representantes, pois disse atuar por meio de seus mediadores, Catar e Egito

O presidente palestino, Mahmud Abbas, estará em Sharm el-Sheikh, informou o presidente da França, Emmanuel Macron.

Assuntos Relacionados