O que acontece após acordo de paz entre Israel e Hamas? Entenda

A primeira fase do cessar-fogo foi alcançada nessa quarta-feira (8), em reunião no Egito, mas ainda falta esclarecer alguns pontos sem consenso

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Esta imagem, tirada durante uma visita à mídia organizada pelo exército israelense em 3 de outubro de 2025, mostra tanques do exército israelense em frente a edifícios danificados pela guerra nas proximidades do Hospital de Campanha Jordaniano na Cidade de Gaza.
Legenda: Próximos passos devem incluir assinatura do acordo, retirada das tropas israelenses e libertação de reféns
Foto: JACK GUEZ/POOL/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa quarta-feira (8) que a primeira fase de um acordo de paz entre Israel e o grupo palestino Hamas foi alcançada, em reunião no Egito. 

O cessar-fogo pode levar ao fim do conflito, e o Diário do Nordeste explica o que deve acontecer a partir de agora na região.

Israel vota acordo

Nesta quinta-feira (9), o governo israelense deve se reunir para ratificar o acordo, conforme divulgou o primeiro-ministro local, Benjamin Netanyahu, nas redes sociais.

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, já indicou que votará contra a aprovação, segundo a agência AFP

Caso o texto do acordo seja ratificado, o país do Oriente Médio deverá retirar as tropas da Faixa de Gaza até a região negociada, conforme detalhou um alto funcionário da Casa Branca ao canal CBS News. Ainda segundo a fonte, a retirada militar deverá ocorrer até 24 horas após a aprovação. 

Libertação dos reféns

Também nesta quinta-feira, o governo israelense deve se reunir para discutir o plano de libertação dos reféns mantidos em Gaza

"Reunião do governo às 18h (12h em Brasília). Pauta: plano para a libertação de todos os reféns israelenses", diz um comunicado publicado no site do governo, de acordo com a AFP

Pelo acordo, a operação de devolução dos reféns deve acontecer logo após as tropas de Israel serem retiradas da área negociada.

Com o encerramento dessa etapa, iniciará uma contagem de 72 horas para o Hamas libertar os sequestrados.  

À emissora Fox News, Trump afirmou que acreditar que serão devolvidos, na próxima segunda-feira (13), os reféns vivos e os corpos dos que faleceram

O grupo deve ser liberto em troca de 250 presos condenados a prisão perpétua e 1,7 mil palestinos detidos por Israel após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. 

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O que ainda falta saber

Até o momento, foi anunciada somente a etapa inicial do plano de paz proposto por Trump, que prevê 20 pontos. O acordo foi aceito por Israel e parcialmente aprovado pelo Hamas, conforme a BBC Brasil

As negociações sobre alguns temas delicados envolvendo o conflito ainda não chegaram a um consenso

Desarmamento do Hamas

O grupo islâmico já afirmou que entregará suas armas somente quando um Estado Palestino for criado

Quem governará a Faixa de Gaza

O acordo estabelece que o Hamas não poderá administrar o território e propõe a criação de um "comitê palestino tecnocrático e apolítico" para comandar temporariamente a região, antes de transferir o poder para a Autoridade Palestina. 

Porém, Netanyahu já demonstrou resistência com a participação da Autoridade Palestina. Setores ultranacionalistas da colisão do primeiro-ministro também devem se opor à proposta, conforme a BBC

Já o Hamas, por sua vez, afirma que espera ter alguma participação no governo futuro de Gaza

Incerteza sobre fim do conflito

Ao libertar os reféns, o Hamas perderá a influência nas negociações, por isso, exigiu garantias de que Israel não retomará o conflito após receber os cativos

O grupo palestino tem motivos para desconfiar do governo israelense, já que em março deste ano, o país violou um acordo de cessar-fogo e voltou a atacar a região.

Ao anunciar o acordo dessa quarta-feira, Netanyahu disse ter alcançado uma "vitória diplomática, nacional e moral para o Estado de Israel". No entanto, ao contrário do Hamas, a declaração do político não afirmou que esse seria o fim da guerra.

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