O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa quarta-feira (8) que a primeira fase de um acordo de paz entre Israel e o grupo palestino Hamas foi alcançada, em reunião no Egito.
O cessar-fogo pode levar ao fim do conflito, e o Diário do Nordeste explica o que deve acontecer a partir de agora na região.
Israel vota acordo
Nesta quinta-feira (9), o governo israelense deve se reunir para ratificar o acordo, conforme divulgou o primeiro-ministro local, Benjamin Netanyahu, nas redes sociais.
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, já indicou que votará contra a aprovação, segundo a agência AFP.
Caso o texto do acordo seja ratificado, o país do Oriente Médio deverá retirar as tropas da Faixa de Gaza até a região negociada, conforme detalhou um alto funcionário da Casa Branca ao canal CBS News. Ainda segundo a fonte, a retirada militar deverá ocorrer até 24 horas após a aprovação.
Libertação dos reféns
Também nesta quinta-feira, o governo israelense deve se reunir para discutir o plano de libertação dos reféns mantidos em Gaza.
"Reunião do governo às 18h (12h em Brasília). Pauta: plano para a libertação de todos os reféns israelenses", diz um comunicado publicado no site do governo, de acordo com a AFP.
Pelo acordo, a operação de devolução dos reféns deve acontecer logo após as tropas de Israel serem retiradas da área negociada.
Com o encerramento dessa etapa, iniciará uma contagem de 72 horas para o Hamas libertar os sequestrados.
À emissora Fox News, Trump afirmou que acreditar que serão devolvidos, na próxima segunda-feira (13), os reféns vivos e os corpos dos que faleceram.
O grupo deve ser liberto em troca de 250 presos condenados a prisão perpétua e 1,7 mil palestinos detidos por Israel após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
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O que ainda falta saber
Até o momento, foi anunciada somente a etapa inicial do plano de paz proposto por Trump, que prevê 20 pontos. O acordo foi aceito por Israel e parcialmente aprovado pelo Hamas, conforme a BBC Brasil.
As negociações sobre alguns temas delicados envolvendo o conflito ainda não chegaram a um consenso.
Desarmamento do Hamas
O grupo islâmico já afirmou que entregará suas armas somente quando um Estado Palestino for criado.
Quem governará a Faixa de Gaza
O acordo estabelece que o Hamas não poderá administrar o território e propõe a criação de um "comitê palestino tecnocrático e apolítico" para comandar temporariamente a região, antes de transferir o poder para a Autoridade Palestina.
Porém, Netanyahu já demonstrou resistência com a participação da Autoridade Palestina. Setores ultranacionalistas da colisão do primeiro-ministro também devem se opor à proposta, conforme a BBC.
Já o Hamas, por sua vez, afirma que espera ter alguma participação no governo futuro de Gaza.
Incerteza sobre fim do conflito
Ao libertar os reféns, o Hamas perderá a influência nas negociações, por isso, exigiu garantias de que Israel não retomará o conflito após receber os cativos.
O grupo palestino tem motivos para desconfiar do governo israelense, já que em março deste ano, o país violou um acordo de cessar-fogo e voltou a atacar a região.
Ao anunciar o acordo dessa quarta-feira, Netanyahu disse ter alcançado uma "vitória diplomática, nacional e moral para o Estado de Israel". No entanto, ao contrário do Hamas, a declaração do político não afirmou que esse seria o fim da guerra.