'Bloqueiem tudo': onda de protestos pela França acontece nesta quarta-feira (10)

Manifestantes vão às ruas contra nomeação de novo premiê, cortes orçamentários e governo do país

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 13:26)
Grande protesto na França com muitas pessoas segurando faixas e bandeiras, manifestando contra políticas de Macron e expressando apoio a diversas causas sociais.
Legenda: Cerca de 100 mil pessoas são esperadas para a onda de protestos
Foto: Phillipe Lopez/AFP

Em toda a França, manifestantes realizam protestos e paralisações nesta quarta-feira (10) contra a classe política e os cortes orçamentários planejados. Em diversos atos, participantes do movimento nomeado "Bloquons Tout" (Bloqueiem tudo, em português) entraram em confrontos com a polícia e atearam fogo em pneus e latas de lixo para bloquear vias públicas.

A imprensa francesa informou que cerca de 100 mil pessoas são esperadas nos protestos em todo o país. Em Nantes e Montpellier, cidadãos entraram em confronto com as forças de segurança, alguns lançando objetos contra os agentes.

Policiais de face coletivo na rua, com equipamentos de proteção, detendo uma pessoa durante manifestação em Paris.
Legenda: Já está perto de 200 o número de manifestantes detidos no país
Foto: Richard Bouhet/AFP

De acordo com o governo, cerca de 80 mil policiais foram mobilizados para remover os bloqueios e conter o movimento o mais rápido possível, sendo 6 mil apenas em Paris. Em certas regiões, os agentes fizeram uso de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

O Ministro do Interior Bruno Retailleau declarou à imprensa local que já são "quase 200 prisões" por todo o país. Até o momento, 132 pessoas foram detidas apenas na capital parisiense.

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Entenda o 'Bloquons Tout'

Originado em mensagens criptografadas nas redes sociais, o movimento convocava os cidadãos franceses para um dia de bloqueios generalizados no dia 10 de setembro, inicialmente em resposta à política orçamentária de François Bayrou, primeiro-ministro do país destituído pelo parlamento na segunda-feira (8).

Ainda na terça (9), o presidente francês Emmanuel Macron nomeou o conservador Sébastien Lecornu, antigo ministro da Defesa, como o novo premiê da nação. Este é o quinto político a assumir o cargo em menos de dois anos.

Manifestante segurando cartaz com mensagem de protesto, pedindo o bloqueio total por uma causa social:
Legenda: "A gente bloqueia tudo, porque não temos mais nada", diz cartaz em francês
Foto: Thomas Samson/AFP

A decisão contribuiu para intensificar a insatisfação da população francesa com o governo de Macron. Em faixas levadas por alguns manifestantes, havia dizeres como "Macron, renuncie".

Os ministros são um problema, mas é mais o Macron e seu modo de governar, o que significa que ele precisa sair.
Fred
Representante do Conselho Geral do Trabalho

O movimento tem sido comparado com o "Gilets Jaunes" (Coletes Amarelos, em português), onda de protestos que surgiu contra o aumento no preço dos combustíveis, mas escalou para amplas mobilizações contra Macron e seus planos de reforma econômica em 2018.

 

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