Herpes labial: o que é, quais os sintomas e como tratar
Quase 99% da população adulta já adquiriu imunidade na infância e na adolescência, aponta a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
As manchas vermelhas, ardor nos lábios e feridas na boca podem ser sinais de herpes labial. A doença é causada por um tipo de vírus que quase 99% da população adulta já adquiriu imunidade na infância e na adolescência, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A herpes labial se configura como um das manifestações da doença chamada herpes simplex. O contágio pode ser causado pelo herpesvírus tipo 1, que costuma ocorrer mais nos lábios, e tipo 2, mais comum na região genital.
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Apesar da maior parte dos casos registrados serem leves, pode apresentar ocorrências graves. No Ceará, de 2018 até 2021, 165 pessoas precisaram ser internadas por essa causa no sistema público de saúde.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, a médica Hercília Maria Carvalho Queiroz, especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esclareceu dúvidas sobre a doença e explicou como a herpes labial é causada.
O que é?
A herpes labial é um vírus que se aloja em uma estrutura nervosa, chamada gânglio nervoso, que pode causar infecção, assim define a médica dermatologista, Dra. Hercilia Maria Carvalho Queiroz.
Dentre os locais mais comuns de apresentar sintomas estão as regiões dos lábios e da genitália.
O que causa a herpes labial?
A SBD aponta que a herpes labial pode ser causada por um simples contato das mãos com as vesículas. Esse toque já é capaz de transferir o vírus para outras áreas do corpo, inclusive os olhos e também para parceiros em contato pele com pele ou mucosa.
Além disso, a Dra.Hercília Queiroz lista alguns fatores que podem desencaderar o quadro clínico da herpes labial. Dentre eles, estão:
- Predisposição genética;
- Imunidade inata;
- Uso de bebida alcoólica;
- Exposição excessiva ao sol.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão é muito comum ocorrer por contato direto, como:
- Saliva;
- Toque no ferimento, talheres ou copos compartilhados;
- Contato com as lesões ativas, como lábios ou genitália.
A Dra.Hercília Queiroz detalha ainda que é possível acontecer a transmissão através de pacientes assintomáticos. "Por isso, se recomenda manter os cuidados diante de indivíduos com a suspeita da infecção ativa pelo vírus", compartilha.
Quais os sintomas?
Os sintomas se apresentam através de lesões na pele, como vermelhidão, pequenas vesículas aglomeradas e úlceras após rotura das vesículas, precedidas de dor no corpo, ardor ou queimação local na região, e febre em alguns casos.
Como tratar herpes labial?
Em caso de suspeita, a médica dermatologista alerta que o paciente deve evitar automedicação ou receitas caseiras que possam irritar ou causar infecção oportunista por bactérias ou fungos. Nessas ocorrências, o ideal é procurar um médico para consulta especializada.
No entanto, de modo geral, Hercília explica que o diagnóstico da doença geralmente é clínico, "porém em caso de dúvida pode ser feito coleta de exame local para visualização microscópica ou sorologia (exame sanguíneo) específica do vírus".
O sistema imune costuma combater a infecção simples pelo vírus do herpes. Nos casos recorrentes, o tratamento medicamentoso oral é indicado pelo médico assistente, assim como a aplicação de remédio na pele afetada.