Anvisa proíbe 'canetas emagrecedoras' sem registro

Veja medicamentos vetados para importação ou venda no País.

Escrito por
Carol Melo carolina.melo@svm.com.br
Imagem mostra diversos tipos de agonistas da GLP-1, conhecidos como canetas emagrecedoras, de diferentes cores e tamanhos em uma superfície branca, usados para administração de medicamentos.
Legenda: Uso de fármacos sem registro traz riscos à saúde.
Foto: Gecko Studio/Shuttertsock.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclareceu, nesta quinta-feira (21), que agonistas da GLP-1, conhecidos como "canetas emagrecedoras", proibidos recentemente pelo órgão, não têm registro no Brasil.

Ou seja, esses medicamentos não tiveram qualidade, eficácia e segurança de uso avaliados no País. 

Nesta semana, a agência publicou três resoluções proibindo a fabricação, comercialização, distribuição, importação, transporte e propaganda das canetas Lipoless Eticos, Tirzazep Royal Pharmaceuticals e T.G. Indufar

Anteriormente, entre setembro e outubro, foram vetados os medicamentos Lipoless e T.G.5. Este, inclusive, era descrito como tirzepatida, mesma substância do Mounjaro. 

No entanto, em carta aberta, a farmacêutica Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, destacou ser a "detentora exclusiva do único medicamento à base de tirzepatida aprovado pela Anvisa e é a única empresa autorizada a produzir legalmente em larga escala medicamentos contendo este princípio ativo na formulação."

'Canetas engraecedoras' proibidas no Brasil

Medicamento Motivo da proibição
Lipoless Sem registro na Anvisa.
Lipoless Eticos Sem registro na Anvisa.
Tirzazep Royal Pharmaceuticals Sem registro na Anvisa.
Indufar Sem registro na Anvisa.
T.G.5 Sem registro na Anvisa.

O que motivou as proibições dessas 'canetas emagrecedoras'?

Segundo o órgão de fiscalização, as proibições foram motivadas pelo aumento das evidências de propaganda e comercialização irregulares desses produtos, inclusive na internet, o que é proibido para medicamentos no Brasil.

"Dessa forma, as medidas foram editadas com o propósito de coibir o desvio de uso desses produtos, a fim de proteger a saúde da população", destaca o esclarecimento. 

A legislação brasileira determina que medicamentos sem registro no País só podem ser importados excepcionalmente e para uso exclusivamente pessoal, mediante prescrição médica e o cumprimento de requisitos adicionais.

No entanto, nos casos nos quais a Anvisa publica proibição específica, a importação, por qualquer modalidade, também fica suspensa. Logo, também está vetada a importação das canetas T.G. 5, Lipoless, Lipoless Eticos, Tirzazep Royal Pharmaceuticals e T.G. Indufar.

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Quais os riscos de usar produtos sem registro?

O uso de remédios não aprovados no Brasil dificulta a rastreabilidade em caso de eventos adversos à saúde e impossibilita a adoção de medidas regulatórias em relação aos produtos, caso necessário.

Conforme a legislação, nenhum medicamento pode ser comercializado no Brasil com orientações ou bula em língua estrangeira, o que implica em riscos aos pacientes, como dificuldade de compreensão e erros de administração. 

No entanto, apesar da fiscalização, a Anvisa admite haver casos eventuais de falsificação, adulteração ou produto clandestino fogem à governabilidade brasileira em razão do produto estar sob regulação de outros países.

É importante destacar ainda que medicamentos aprovados no Brasil, o detentor do registro é o responsável pela comercialização, disponibilidade do produto no mercado nacional e intercorrências não previstas relacionadas com o uso do produto. 

E no caso dos medicamentos agonistas da GLP-1, em território nacional, a comercialização está sujeita a prescrição médica, com retenção de receita.

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