Cartas são apreendidas com líder máximo do PCC no Ceará, dentro de presídio em São Paulo
Outras seis lideranças da facção no Ceará também foram alvos de mandados de busca e apreensão

O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou a 15ª fase da Operação Gênesis, nesta quinta-feira (22), para desarticular lideranças da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) com atuação no Ceará. Entre os alvos, está o Geral do Estado da facção no Ceará. Cartas e aparelhos celulares foram apreendidos com os suspeitos.
mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Operação - sendo uma ordem judicial em um presídio de São Paulo, três em presídios cearenses e outros três, contra suspeitos que estão soltos em Fortaleza e Maracanaú.
Para cumprir os mandados, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPCE, contou com apoio do Ministério Público de São Paulo (MPSP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE) e da Secretaria de Administração Penitenciária e de Ressocialização do Estado do Ceará (SAP-CE).
A reportagem apurou que o principal alvo da Operação é um homem apontado como 'Geral do Estado' do PCC no Ceará. Ele está detido na Penitenciária de São Vicente I, no Interior de São Paulo (Estado berço da facção). Os nomes dos suspeitos não foram revelados, porque o processo tramita sob sigilo de justiça.
Com o 'Geral do Estado', foram apreendidas cartas que os investigadores suspeitam que estariam sendo utilizadas para o detento se comunicar com comparsas, continuar a ordenar crimes e ter conhecimento das atividades criminosas no Ceará.
Alvos presos e em liberdade no Ceará
Três lideranças do PCC detidas no Ceará também foram alvos de mandados de busca e apreensão, dentro dos presídios. São eles:
- O 'Salveiro Geral do Estado' (chefe do setor de 'salves', ou seja, das comunicações da facção no Ceará), detido na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (UP-Sobreira Amorim), em Itaitinga;
- O 'Responsável pelos Correrias' (chefe do setor responsável por realizar trabalhos mais cotidianos, como entregar drogas para a facção), detido na Unidade Prisional Elias Alves da Silva (UP-Itaitinga4), também em Itaitinga;
- E o 'Geral da Cidade de Russas' (chefe do PCC no Município de Russas, no Interior do Ceará), detido na Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho de Itaitinga (UPECT-Itaitinga).
Os investigadores também cumpriram três mandados de busca e apreensão contra homens apontados como líderes do PCC, que estão em liberdade na Grande Fortaleza.
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Uma ordem judicial foi cumprida em uma residência em Maracanaú, contra um homem apontado como o 'Sintonia Geral do Livro Branco dos Estados e do País' (responsável pela articulação e gestão de atividades externas ao cárcere, por orientação do PCC no Ceará, bem como responsável pelos registros e resguardo de informações referentes à inclusão de novos membros".
Outro mandado foi cumprido no bairro Granja Portugal, em Fortaleza, contra o 'Geral do Paiol' (líder do setor de armamento) do PCC no Ceará; e o último, no bairro José Walter, contra o 'Salveiro do Estado' (que também atua no setor de "salves" da facção).
O Ministério Público do Ceará destacou que "a operação é resultado de denúncia apresentada pelo Gaeco contra 12 integrantes de organização criminosa de origem Paulista, com atuação na capital cearense. Os alvos foram denunciados por integrar organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal e comercialização de arma de fogo".
Investigações do Gaeco e da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), através de interceptações autorizadas pela Justiça Estadual entre 2016 e 2017, descobriram ligações do PCC com policiais civis e militares, que foram alvos das 15 fases da Operação Gênesis.
As interceptações revelaram diversas condutas criminosas, como homicídios, tráfico de drogas e associação para o tráfico, porte ilegal e comercialização de arma de fogo.
"A partir das comunicações realizadas pelo alvo principal, que ocupa a função de 'Geral do Estado' na organização criminosa, os demais integrantes foram identificados. Além disso, foram interceptadas conversas com pessoas inseridas ou não no sistema prisional, o que elucidou decisões tomadas pela facção e crimes cometidos entre 2016 e 2017 por integrantes do grupo", revelou o MPCE.