Acusados de cometer homicídios no Ceará e integrar facção fogem de presídio na Bolívia

Um dos fugitivos é 'Nem da Gerusa', que até ser preso era considerado o criminoso mais procurado pela polícia cearense.

(Atualizado às 11:58)
As imagens mostram dois homens que fugiram de um presídio de Chonchocoro, na Bolívia. Um deles é um homem pardo, cabelo médio, barba, vestido de blusa azul, com uma placa com o nome dele, Jangledson de Oliveira, o Nem. O outro é um homem branco, cabelo médio, barba por fazer, vestido com casaco azul da marca Adidas.
Legenda: Jangledson de Oliveira e Oscar Junio Terra Dias de Floriano fugiram de um presídio de Chonchocoro, na Bolívia.
Foto: Reprodução.

Dois acusados de cometer vários homicídios no Ceará e de integrar facção criminosa fugiram do presídio de Chonchocoro, no departamento de La Paz, na Bolívia, na madrugada desta quarta-feira (17).

A imprensa boliviana divulgou que os fugitivos foram identificados como Jangledson de Oliveira e Oscar Junio Terra Dias de Floriano.

A informação foi confirmada ao Diário do Nordeste por fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

Jangledson de Oliveira, conhecido como 'Nem da Gerusa', era o criminoso mais procurado pela polícia cearense, até ser preso em uma operação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) com apoio da polícia boliviana, no último dia 13 de novembro.

Como 'Nem da Gerusa' também é suspeito de matar um policial na Bolívia, ele permaneceu preso naquele país, apesar do interesse das autoridades cearenses de trazê-lo para o Sistema Penitenciário do Ceará.

Oscar Junio Terra Dias de Floriano é natural de Goiás, mas também é conhecido pela polícia cearense.

A dupla tem histórico de fugas de unidades penitenciárias. 'Nem' fugiu de um presídio em Potengi, no Rio Grande do Norte, em 2015. E Oscar fugiu de um presídio cearense, em 2014, e fugiu do cárcere na própria Bolívia, em 2019.

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Homicídios cometidos pelos fugitivos

Ao realizar a prisão de Jangledson de Oliveira em novembro deste ano, a Polícia Civil do Ceará divulgou que ele tinha nove mandados de prisão em aberto - pelos crimes de homicídio e por integrar organização criminosa.

'Nem da Gerusa' é suspeito de ordenar assassinatos nas cidades cearenses de Aquiraz, Eusébio, Maracanaú e Itarema. E tinha antecedentes criminais também por roubo e crimes de trânsito.

Ele já estava na Lista dos Mais Procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará há, pelo menos, cinco anos, quando foi preso na Bolívia.

Veja como foi a prisão de 'Nem' na Bolívia:

Dentre os crimes pelos quais Jangledson é acusado está o assassinato do próprio sogro, um bombeiro militar, em Maracanaú, em 2017. Ele também é acusado de ordenar a execução de um casal, por meio do 'Tribunal do Crime', em Aquiraz, em 2020.

Já Oscar Junio Terra Dias de Floriano foi condenado a 18 anos de prisão, em março de 2010, por matar um turista português e ferir uma mulher brasileira, nas proximidades do Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, no dia 1º de novembro de 2004.

Na Bolívia, antes de ser transferido para o presídio de Chonchocoro, Oscar Junior teria participado do assassinato de outro detento, que respondia ao assassinato de um juiz, segundo o jornal boliviano Correo Del Sur.

Participação em facção criminosa

A imprensa boliviana noticiou que Jangledson de Oliveira e Oscar Junio Terra Dias de Floriano integram a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

Entretanto, investigadores cearenses apuraram que 'Nem da Gerusa' virou uma liderança da facção carioca Comando Vermelho (CV), depois de pertencer a outras facções no Ceará.

"O 'Nem da Gerusa' é considerado um integrante de alta hierarquia do Comando Vermelho, responsável pela articulação financeira do grupo. E estava na Bolívia, um dos três maiores países produtores de cocaína, exatamente pela sua capacidade de articular não só a parte financeira, mas também a parte logística do grupo", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará (PCCE), Márcio Gutiérrez, em coletiva de imprensa realizada no dia 14 de novembro último.

O diretor-adjunto do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da PCCE, delegado Alisson Gomes, corroborou que a prisão de 'Nem' era "extremamente estratégica, porque não só tira de circulação aquele que acreditamos ser o criminoso mais procurado do Estado do Ceará hoje, como também promove a verdadeira desorganização, tanto logística, no aspecto financeiro de drogas, como do próprio cometimento de ordens de crimes violentos".

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