Após disputa entre facções e escolas fechadas no Vicente Pinzón e Papicu, Governo reforça policiamento na região

Sequência de mortes e tiroteios tem assustado moradores e afetado a vida nas comunidades. Ações dos setores da Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) visam identificar as lideranças envolvidas no conflito

(Atualizado às 19:58)
Foto de policiais civis e militares em viaturas na saída de operação no bairro Praia do Futuro, em Fortaleza
Legenda: Reforço de policiamento ocorrerá em todo o Ceará, mas principalmente na Capital cearense, onde há intensificação de conflitos entre o crime organizado
Foto: Kid Júnior

Um reforço operacional de 752 policiais, 195 viaturas e 110 motocicletas foi acionado pelo Governo do Ceará nesta sexta-feira (29) após a intensificação de conflitos entre facções criminosas, que fizeram escolas serem fechadas nos bairros Vicente Pinzón e Papicu, em Fortaleza. Levantamentos dos setores da Inteligência da Secretaria da Segurança Pública do Ceará (SSPDS) subsidiaram onde agir e apontaram que a escalada de violência na região exige ações mais enérgicas. 

O governador Elmano de Freitas acompanhou a saída da operação, no fim da tarde, na Praia do Futuro. Ele informou que o incremento no policiamento visa garantir a proteção da população, que está no meio dos confrontos entre os grupos criminosos. A mais recente disputa entre o crime organizado, que se acirrou nos últimos três meses, envolve membros das facções Guardiões do Estado (GDE) e Comando Vermelho (CV). 

"O momento é de reforço operacional. Policial na rua, policial para investigar, para agir e para enfrentar o crime e garantir a tranquilidade e a segurança do nosso povo", pontuou o governador. 

Segundo o chefe do executivo estadual, a Inteligência da SSPDS também está focada em trocar informações com as secretarias de segurança de outros estados, pois as organizações criminosas têm lideranças espalhadas pelo Brasil, mandando na disputa de territórios aqui no Ceará

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109 prisões desde julho 

O secretário da Segurança, Roberto Sá, indicou que as lideranças que não estão no Ceará já foram identificadas. "Sabemos onde estão, e se botarem o pé no Ceará, serão presos imediatamente. Algumas lideranças que estão fora continuam determinando a ocorrência de crimes no Ceará". 

O titular da SSPDS pontuou que ações contínuas têm sido feitas no Vicente Pinzón e região, que resultaram, desde julho, em 109 prisões e 54 armas de fogo apreendidas: "São quase duas prisões e uma arma de fogo apreendida por dia. Estamos identificando e prendendo as pessoas envolvidas nesse conflito". 

Segurança nas escolas

Nesta sexta, a Prefeitura de Fortaleza definiu que a Guarda Municipal vai atuar no entorno das creches e escolas afetadas na disputa entre as facções na região do Vicente Pinzón. As aulas devem retornar na próxima segunda-feira (1º), com segurança na porta.

A informação é de que pelo menos 16 escolas e creches situadas na região tiveram a rotina alterada pela violência. 

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