2ª parte do júri da 'Chacina do Curió' começa nesta terça: saiba como será o julgamento dos 8 PMs

Estão previstos 26 depoimentos. O Diário do Nordeste acompanhará as movimentações da sessão

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
juri curio
Legenda: O colegiado será formado por três juízes
Foto: Calvin Penna/TJCE

A segunda sessão dos júris acerca da 'Chacina do Curió' se inicia na manhã desta terça-feira (29). Mais oito policiais militares acusados de participar do massacre ocorrido em 2015, na Grande Messejana, irão sentar nos bancos dos réus, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza.

Desta vez, serão julgados: Francinildo Jose da Silva Nascimento, Gaudioso Menezes de Mattos Brito Goes, Gerson Vitoriano Carvalho, José Haroldo Uchoa Gomes, Josiel Silveira Gomes, Ronaldo da Silva Lima, Thiago Aurélio de Souza Augusto e Thiago Veríssimo Andrade Batista de Moraes.

"Para o julgamento, estão previstos, 26 depoimentos, sendo seis de vítimas sobreviventes, 12 de testemunhas de acusação e defesa, além de oito interrogatórios dos réus", conforme o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). O Diário do Nordeste acompanhará as movimentações da sessão.

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O colegiado será formado por três juízes: Marcos Aurélio Marques Nogueira, presidente do colegiado e titular da 1ª Vara Júri; Adriana da Cruz Dantas (da 17ª Vara Criminal) e Sílvio Pinto Falcão Filho (da 1ª Vara Criminal).

EXPECTATIVA PARA CONDENAÇÃO

Edna Carla Souza Cavalcante, mãe do jovem Álef Souza, um dos 11 mortos na chacina, diz que "não está nervosa e nem tem medo" do resultado do júri, mas que "está na expectativa para o momento e para a condenação".

"Nós tivemos êxito no primeiro julgamento, com condenação unânime. As provas não deixam dúvidas. A verdade há de prevalecer novamente. É uma ânsia de chegar o julgamento e a sentença. Meu filho e todos os outros são amados mesmo depois da morte deles"
Edna Carla
Mãe de uma das vítimas

edna

Acredita-se que a segunda sessão seja ainda mais longa do que a primeira, ocorrida em junho deste ano e que teve seis dias de duração. Há dois meses, foram condenados os quatro primeiros réus pela chacina, com penas que somam 1.100 anos de prisão.

VEJA AS PENAS DOS PMS: 

  • Wellington Veras Chaves: 275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios; três tentativas de homicídios e quatro crimes de tortura. Regime: inicialmente fechado. Prisão decretada: não poderá recorrer da decisão em liberdade. Condenado também a perda do cargo de policial militar
  • Ideraldo Amâncio: 275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios; três tentativas de homicídios e quatro crimes de tortura. Regime: inicialmente fechado. Prisão decretada: não poderá recorrer da decisão em liberdade. Condenado também a perda do cargo de policial militar
  • Antônio José de Abreu Vidal Filho: 275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios; três tentativas de homicídios e quatro crimes de tortura. Regime: inicialmente fechado. Prisão decretada: não poderá recorrer da decisão em liberdade. Condenado também a perda do cargo de policial militar. 
  • Marcus Vinícius Sousa da Costa: 275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios; três tentativas de homicídios e quatro crimes de tortura. Regime: inicialmente fechado. Prisão decretada: não poderá recorrer da decisão em liberdade. Condenado também a perda do cargo de policial militar

Na acusação, ao lado de promotores do Ministério Público do Ceará (MPCE) estarão defensores públicos.

“Assim como fizemos no primeiro julgamento, vamos acompanhar este segundo júri de dentro, como parte da acusação, e de perto, oferecendo todo o suporte necessário às famílias das vítimas e testemunhas. Essas pessoas, sobretudo as mães e pais, estão há oito anos com a vida em suspenso, esperando por respostas e, acima de tudo, por justiça”, diz a defensora geral Elizabeth Chagas.

A Defensoria afirma ainda que atua na responsabilização civil dos atos ocorridos no dia 11 de novembro de 2015: "após a condenação dos primeiros quatro acusados, o Governo do Estado do Ceará anunciou que faria a reparação financeira das famílias".

PASSOS DA SESSÃO

O rito da sessão contará com o sorteio dos jurados, todos eles populares, sem relação pessoal com o caso. Também serão chamadas as testemunhas, conduzidos os réus ao plenário e em seguida as oitivas das testemunhas (primeiro as da acusação e em seguida as da defesa).

Depois, vêm os interrogatórios dos réus, debates entre acusação e defesa, votação, sentença dos jurados e leitura da sentença. 

O procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, considera este "como o caso mais importante da Justiça criminal do Ceará".

PRÓXIMO JÚRI

Uma terceira sessão já está agendada para este ano. No dia 12 de setembro de 2023 será a vez de todos os oito réus que compõem o processo 3 da 'Chacina do Curió' irem a julgamento. Nesta ocasião são previstos 21 depoimentos, sendo seis de vítimas sobreviventes, sete de testemunhas e oito interrogatórios. 

 

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