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Wagner quer nome de patrocinadores em prédios e eventos públicos: 'Aliviar o bolso do contribuinte'

Para o candidato, a concessão legal seria uma alternativa de arrecadação e possibilitaria a extinção de tributos

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Capitão Wagner no PontoPoder
Legenda: Wagner foi indagado pela dupla de editores do PontoPoder, Jéssica Welma e Wagner Mendes.
Foto: Thiago Gadelha

O ex-deputado federal Capitão Wagner, candidato do União Brasil na disputa pelo comando da Prefeitura de Fortaleza, falou, nesta quarta-feira (11), que pretende negociar os nomes de eventos e equipamentos públicos para arrecadar mais dinheiro para os cofres do Município. O tipo de concessão proposta pelo postulante é chamado de naming rights.

Na visão de Wagner, essa seria uma forma de reduzir o peso repassado para a população fortalezense por meio de tributos. A declaração foi feita durante a sabatina realizada pelos editores do PontoPoder, Jéssica Welma e Wagner Mendes. 

O Governo de São Paulo adotou, de forma bem firme, o naming rights, já está nomeando uma série de equipamentos. O próprio Governo do Ceará, não sei se vendo o que aconteceu em São Paulo ou se vendo nosso plano de governo, resolveu colocar o Castelão já para ser nominado. 
Capitão Wagner (União)
Candidato à Prefeitura de Fortaleza

O prefeiturável falou ainda da relevância de relacionar grandes marcas com equipamentos importantes da cidade, sejam eles vocacionados para celebrações esportivas sejam para atividades de lazer. 

“Você nominar algo que pertence à Prefeitura e garantir o patrocínio é um caminho para evitar colocar a mão no bolso do contribuinte”, reforçou, citando o nome do Réveillon de Fortaleza, realizado no Aterro da Praia de Iracema, como um potencial ativo a ser negociado por meio da estratégia com a iniciativa privada.

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A fonte de receitas proposta, ao que defendeu Wagner, seria uma inovação no modo de pensar da gestão municipal. “Infelizmente, ao longo dos últimos 30 anos, quais são as soluções que têm sido apresentadas para garantir o aumento na arrecadação? A criação de novas taxas ou aumento dos impostos que já existem. A gente quer fazer diferente. Queremos aliviar o bolso do contribuinte”, salientou. 

Pelo que disse o entrevistado, a implementação do naming rights em Fortaleza seria uma alternativa de arrecadação que possibilitaria a extinção da Taxa do Lixo, cobrada pela administração municipal à população pelo serviço público de manejo de resíduos. “Para a gente garantir o fim tem que ter novas fontes de receita”, alegou. 

Provocado sobre a existência de um levantamento prévio de quais locais poderiam ser alvo desse tipo de operação, o candidato citou o Estádio Presidente Vargas, os Cucas (Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte), Ginásio Aécio de Borba e o Ginásio Paulo Sarasate.

De acordo com Wagner, a expectativa da sua equipe é de que o potencial de retorno financeiro desta medida seja na casa das centenas de milhões de reais. “Fizemos uma conta simples com um economista que está participando da construção do nosso plano de governo e, dependendo da agilidade desses processos, a gente pode ter uma receita nova de cerca de R$ 100 milhões por ano a partir dessa ação”, concluiu. 

'Morros artificiais'

O político falou também sobre o padrão construtivo de unidades residenciais de programas de habitação na cidade. Segundo ele, o modelo atual edifica “morros artificiais”, impedindo a prestação de serviços públicos e fortalecendo a insegurança pública. 

“É importante que a gente tenha programas que garantam uma quantidade menor de moradias no local, porque, quando você viabiliza um prédio de cinco andares num espaço de um terreno apertado, você está construindo um morro artificial, escutei isso de um sociólogo”, declarou. 

“Se criaram morros artificiais aqui em Fortaleza com esses conjuntos habitacionais, onde há uma blindagem até da entrada dos serviços públicos, então a gente tem que ter um novo modelo de revitalização dessas áreas de risco”, complementou. Wagner comparou o contexto com a configuração espacial do Rio de Janeiro, que na visão dele seria “um grande problema da segurança”. 

Durante a conversa, ele mencionou a implementação de alternativas para a habitação, como a verticalização como resposta para áreas adensadas. “Vou citar o exemplo do Pirambu, ali do Vila do Mar, que tem um adensamento muito grande. A solução para a gente poder alargar as vias e ofertar moradias no próprio local onde as pessoas estão hoje é a verticalização”, contou. 

O convidado comentou que tem mantido conversas com construtoras com interesse em construir no Pirambu, especificamente. “Logicamente que a Prefeitura vai ter que entrar com contrapartida, com terreno. A questão da desapropriação dessas residências a Prefeitura vai ter que entrar também”, disse.

Entrevistas PontoPoder

As entrevistas são realizadas entre os dias 9 e 13 de setembro com os cinco candidatos a prefeito melhor posicionados na Pesquisa Eleitoral Quaest mais recente.

São dois formatos de entrevistas com os candidatos. Primeiro, no bloco do PontoPoder no Programa Bom dia, Nordeste, transmitido simultaneamente na Verdinha FM 92,5 e na TV Diário. As entrevistas ocorrem ao vivo, a partir das 8h20, com duração de 20 minutos.

Uma segunda entrevista é gravada com cada candidato para ser transmitida, na íntegra, no portal e nas redes sociais do Diário do Nordeste às 17 horas. A sabatina é exibida às 16h25, desta vez no Programa Hora da Verdinha, como parte da grade da Verdinha FM 92,5 e, simultaneamente, na TV Diário.

Serão gravadas entrevistas com os demais candidatos à Prefeitura. Elas terão duração de três minutos para cada candidatura, com exibição nos dias 16 e 17 de setembro, no bloco PontoPoder do programa Bom Dia, Nordeste.

Confira o cronograma: 

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