Uma semana após discurso de Bolsonaro pró-Wagner, PL e União Brasil ainda não chegaram a acordo
Neste sábado, durante evento em Canindé, Wagner disse que espera “frutos positivos” de reunião neste domingo (24) com o presidente do PL Ceará
Uma semana após o presidente Jair Bolsonaro (PL) visitar o Ceará e reforçar o apoio à candidatura de Capitão Wagner (União Brasil) ao Governo do Ceará, pouco se avançou nas tratativas de um eventual apoio do PL ao político do Estado. Neste domingo (24), o pré-candidato terá uma reunião com o presidente do PL Ceará, Acilon Gonçalves, para uma nova tentativa de consolidar a aliança.
Neste sábado, durante evento em Canindé, Wagner disse que espera “frutos positivos” desse encontro.
“Amanhã, devemos ter conversas com dois partidos grandes: Republicanos e PL. Ainda há conversas com outros partidos, mas estamos satisfeitos. Temos um arco de aliança que tem seis partidos, podemos somar mais dois, chegando a oito, então temos tempos de televisão suficientes para conversar com o cearense”
Oposição unida
Diante de militantes e aliados no último fim de semana, Bolsonaro fez um discurso de “união” da oposição em prol de Wagner. O presidente vem reiteradamente fazendo demonstrações de proximidade com o pré-candidato ao Governo do Ceará.
Durante a visita do presidente ao Estado, em fevereiro deste ano, Wagner fez o discurso de abertura do evento. Em março, Bolsonaro convidou o parlamentar cearense para desfilar em carro aberto ao lado dele na cidade de Quixadá, no Sertão Central. Já no último fim de semana, o presidente dedicou parte do discurso durante a Marcha para Jesus, em Fortaleza, para o aliado.
"Se o Brasil tem problema, chama o capitão. Se o Ceará tem problema, chama o Capitão. Esse Ceará, esse Nordeste é nosso. Quando se fala em fim da corrupção, isso nao é virtude, isso é obrigação. (...) Nosso Deus quis dar uma oportunidade pro nosso Brasil, é o velho ditado: quando os bons se dividem, os maus vencem. O Ceará deve se unir, os bons devem se unir, a causa é o futuro do nosso Estado e do nosso Brasil"
À espera de apoio
Caso consiga atrair o PL do Ceará, Wagner terá unificado a oposição no Ceará e aglutinado dois dos maiores partidos do País: União Brasil e PL. Essa união terá efeitos sobre o tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, além de impactos sobre os recursos destinados à campanha do pré-candidato.
O político tem reforçado os acenos em direção a Acilon Gonçalves para viabilizar a aliança. Em entrevista ao Diário do Nordeste neste mês, ele rasgou elogios ao presidente do PL Ceará.
“Além de presidir um partido extremamente importante, o Acilon traz consigo a experiência de uma gestão reconhecida: o melhor IDH do Ceará está no Eusébio. Além disso, ele tem uma grande força política nas prefeituras que são vinculadas a ele, é um grupo político muito consolidado, forte e leal”, disse.
Outro aceno ocorreu em evento de lançamento da campanha de Bolsonaro no Ceará, quando o parlamentar defendeu, diante dos correligionários do presidente, a unidade da oposição no Estado.
"Acredito na unidade do grupo de oposição. Se a gente se dividir agora no primeiro turno pode gerar traumas. Eu vi isso na eleição de prefeito. Houve uma divisão muito grande da oposição e ficou difícil de juntar no segundo turno", disse.
Acilon Gonçalves, no entanto, tem sido cauteloso até agora. Ele, que integrava o grupo liderado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT) até o ano passado, avalia lançar candidatura própria do PL. O nome escolhido seria Raimundo Gomes de Matos (PL).
"(O PL) pode ter candidato e pode apoiar a conjuntura dos que estão aqui neste evento. Deste evento sairá o vencedor da eleição para o Governo do Estado", disse Acilon em evento do PL no início deste mês.