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Saída do PSD da base de Sarto pode causar cisão na sigla, avalia Carlos Mesquita

Na visão do líder governista na Câmara Municipal de Fortaleza, prefeito deve herdar nomes do partido após o anúncio de desligamento

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Foto de Carlos Mesquita na tribuna da Câmara
Legenda: Mesquita disse que movimento é irreversível, mas que tem a esperança de que isso não comprometa a gestão
Foto: Reprodução / Câmara Municipal de Fortaleza

No bojo do desembarque do Partido Social Democrático (PSD) do arco de alianças da gestão do prefeito José Sarto (PDT) à frente da Prefeitura de Fortaleza, desdobramentos e avaliações sobre a movimentação começam a surgir. Não imune a isso, nessa segunda-feira (21), o líder governista no Legislativo municipal, o vereador Carlos Mesquita (PDT), comentou que a saída da sigla deve trazer consequências para o quadro de correligionários.

"Acho que é irreversível. Não tem volta. O que se tem é de se dividir. Quem do partido não vai acompanhar o Domingos [Filho]? Acho que o Sarto ainda vai herdar alguma coisa do PSD e espero que herde um pedaço 'bem bom', para que nos ajude nessa reeleição dele", opinou o parlamentar em entrevista ao Diário do Nordeste.

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A decisão foi selada no último sábado (19), quando o presidente estadual do PSD no Ceará, Domingos Filho, comunicou por meio de nota o desligamento da sigla da administração municipal e a entrega de todos os cargos ocupados. O texto divulgado pela equipe de comunicação do dirigente destacou a ocorrência de insatisfações quanto ao espaço ocupado no governo e do tratamento recebido pelo gestor municipal.

Questionado sobre o impacto desta definição na máquina pública, Mesquita salientou que tem a esperança de que isso não comprometa o funcionamento. "Temos um excelente cara administrando a Beira-Mar, que é do PSD, o Rennys [Frota, secretário da Regional II], que não sei se vai ficar", mencionou. 

"Falei com ele hoje de manhã. Conversei com ele por telefone, e o que me respondeu é que vai ter uma conversa com o Sarto para definir a situação dele. Não sei se a definição vai ser sobre como será essa saída ou se vai ficar. Porque, se ficar, praticamente terá que deixar o PSD", completou ao falar do chefe da região administrativa.

'Nada é de se admirar'

À reportagem, Carlos Mesquita disse compreender o ocorrido como algo natural do processo político, que, nas palavras dele, "faz com que as pessoas se modifiquem". "Acho que o PSD foi muito importante para o grupo do PDT. Ele esteve com o Roberto Cláudio, que foi muito bacana com eles, colocando na disputa majoritária. O Domingos Filho é uma pessoa fantástica, é articulado, sabe fazer política e acho que nasceu para ser político", elogiou o líder.

Na opinião do pedetista, o presidente do PSD no Ceará é alguém de "sucesso" e que "diz o que quer dizer". Junto a isso, na avaliação do vereador, o partido tem em seu conjunto de filiados um nome que tem ganhado destaque nos últimos anos e que tem crescido, o deputado federal Luiz Gastão. "Então, dentro desse rolo todo que está acontecendo, nada é de se admirar", pontuou o entrevistado.

"Teremos uma eleição muito diferente, no aspecto de confronto, mas que o povo de Fortaleza vai saber escolher", declarou, elencando as ações do prefeito Sarto e descrevendo os contornos políticos-eleitorais para o próximo ano. 

"Eu lamento, porque votei no Gastão, que é do PSD. Lamento ser o líder do prefeito e ter votado numa pessoa que hoje está se afastando. Mas acredito que isso não irá abalar nossa amizade", comentou, afirmando que nutre um laço muito forte pelo social-democrata.

A assessoria de comunicação do deputado Luiz Gastão foi procurada para comentar sobre o assunto, mas não houve nenhuma devolutiva até a publicação desta matéria. O conteúdo será atualizado quando houver resposta.

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