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Presidente do PSB Fortaleza reforça aliança com PT para eleição na Capital: 'Aliados estratégicos'

O socialista conversou com os editores de Política do Diário do Nordeste, Jéssica Welma e Wagner Mendes, durante a live do PontoPoder

Escrito por Alessandra Castro , alessandra.castro@svm.com.br
Presidente PSB Fortaleza
Legenda: Osmar de Sá Ponte está como presidente do PSB há um ano
Foto: Thiago Gadelha

O presidente do PSB Fortaleza, Osmar de Sá Ponte, reforçou a aliança com o PT para a eleição municipal em Fortaleza. Em entrevista à live PontoPoder, nesta quinta-feira (28), ele destacou que os diferentes posicionamentos dos partidos sobre a candidatura para o Paço Municipal não devem impedir as siglas de "estarem juntas". 

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Para ele, é positivo que os partidos pensem de forma diferente sobre fazer política, desde que mantenham a estratégia para buscar o que é melhor para a sociedade. Ele, inclusive, falou da possibilidade de a legenda lançar uma candidatura própria, o que vem sendo ventilado pelo senador Cid Gomes (PSB), que entrou na legenda em fevereiro deste ano. 

"Nós somos aliados estratégico do PT, não só do PT, mas de toda essa base do PT que está aí. (...) E agora temos muito mais motivos para estarmos junto, mas nós sabemos que somos diferentes. E graças a Deus, né? Porque mais sociedade caberá nessa aliança. A nossa diferença com o PT não nos entristecemos por ela, nem ficamos triste pelo jeito do PT de fazer política. O que nós temos que manter é a estratégia da boa política" 
Osmar de Sá Ponte
Presidente do PSB Fortaleza

'Somar ao invés de dividir' 

Para Osmar de Sá Ponte, os partidos deveriam estar discutindo qual o melhor nome de dentro do arco de aliança da base aliada do Governo do Ceará pode ser lançado para a disputa. Ao invés disso, no entanto, o PT está se dividindo internamente. 

O Partido dos Trabalhadores tem cinco pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza, mas dois nomes têm rivalizado a disputa pela cabeça de chapa petista: Luizianne Lins, que é ex-prefeita de Fortaleza e deputada federal, e Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).  

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Em meio à competição interna no PT, o senador Cid Gomes tem defendido o "compartilhamento de poder", para que o partido aliado não domine os três principais poderes Executivos: Federal, Estadual e Municipal. Com isso, o nome da ex-governadora Izolda Cela (PSB), atual secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), vem sendo ventilado nos bastidores para a disputa pelo Paço Municipal.  

"Tudo indica que o PT deve ter um candidato. E não sei quem, se é a Luizianne, que é uma pessoa fantástica; o Evandro, que é uma pessoa muito querida, apesar de eu torcer Guarani de Sobral. A Luizianne é uma pessoa amável, é uma amiga de infância, de movimento estudantil da faculdade. São duas pessoas muito queridas. Por que a gente vai agora transformar isso no fim do mundo? Quer dizer, o processo não está certo", destacou Osmar. 

"Se o processo, no lugar de somar, divide, ele não está bom. Para que a gente vai começar achando que o nosso adversário é o aliado?" 
Osmar de Sá Ponte
Presidente do PSB Fortaleza

Ainda conforme Osmar, todos os partidos aliados deveriam estar discutindo qual o melhor nome para a disputa. Todavia, o PT tradicionalmente lança candidatura na Capital, e ele não acredita que o partido vai abrir mão. Isso, no entanto, não significa que o PSB deva desistir do seu ponto de vista. Para ele, não há certo nem errado, mas formas diferentes de fazer política. 

"O governador não é uma pessoa do nosso partido, nem o prefeito é uma pessoa do nosso partido, mas nós não vamos deixar de pensar como a gente pensa. Nós gostaríamos de vencer fruto desse somatório de qualidade que nós temos na nossa coligação, e não na postura de que eu posso vencer sozinho e todos os outros que corram atrás. O PT sempre se candidatou, sempre teve candidato, nunca deixou de ter. Do jeito que o PSB vê dessa forma a política, o PT vê do jeito dele", acrescentou. 

Osmar de Sá Ponte está no PSB há cinco anos, mas apenas uma como presidente da agremiação em Fortaleza. Segundo ele, o convite para assumir o comando do partido na Capital partiu de Eudoro Santana, presidente da legenda no Ceará, para reestruturar a sigla, deixando-a mais alinhada à centro-esquerda — espectro com qual se identifica nacionalmente. 

Antes disso, ele foi filiado ao PT por 25 anos. Além de dirigente partidário, é doutor em Sociologia e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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